Rio de Janeiro – Os franceses estão de olho em oportunidades de investimento no Brasil, em especial na cadeia de petróleo e gás (P&G). Para estreitar os laços entre os dois países e fortalecer a parceria estratégica entre clusters franceses e Arranjos Produtivos Locais (APLs) brasileiros do segmento petrolífero, o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a Agência Pública Francesa para o Desenvolvimento Internacional das Empresas (Ubifrance) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) realizaram nesta segunda-feira (17) o Seminário de Petróleo e Gás, na sede da Firjan, no Rio de Janeiro (RJ).
Na ocasião, o cônsul-geral da França, Jean-Claude Moyret, destacou que a cooperação Brasil-França avança nos três níveis de governo para promover importantes investimentos ligados ao desenvolvimento da indústria. Como exemplo, citou ações no Estado do Rio, como a instalação do laboratório de pesquisas da Lóreal, a linha de montagem de helicópteros da Eurocopter e a inauguração da fábrica da Michelin, que ocorre nesta terça-feira (18).
Para o presidente da Firjan, Eduardo Vieira, é necessário assegurar a competitividade do parque industrial brasileiro e garantir mão de obra qualificada. Nesse sentido, as parcerias internacionais são importantes para agregar inovação e profissionalização as cadeias produtivas.
Na França, mais da metade dos pesquisadores trabalha no setor privado (56%) e 64% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento são feitos por empresas que têm fortes incentivos fiscais. As empresas francesas têm expertise e interesse no setor de energia em geral, que engloba, além do gás e refino, petroquímicos, biomassa e energia solar.
A secretária de Desenvolvimento da Produção do MDIC, Heloisa Menezes, avaliou que o momento é oportuno para viabilizar parcerias com países estratégicos, como a França, e destacou a importância de um memorando de entendimentos assinado pelo ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, com o governo francês para estimular a parceria entre polos de competitividade franceses e clusters brasileiros.
“Os indicadores mostram retomada do crescimento econômico. A indústria dá sinais de recuperação a partir de medidas adotadas pelo governo e o Brasil será um dos principais mercados para o setor de P&G nos próximos anos. Isso significa um novo paradigma para a indústria brasileira no qual serão necessários investimentos para enfrentar dois grandes desafios: a exploração de petróleo em águas profundas e a qualificação profissional do setor”, declarou a secretária.
Ela destacou que o governo brasileiro vem atuando para reduzir taxas de juros, aumentar a competitividade e equilibrar o câmbio para dar fôlego às exportações. Afirmou ainda que a política de conteúdo local foi responsável pelo renascimento da indústria naval e serviu como alavanca de crescimento para a cadeia de fornecedores e reorganização produtiva de vários segmentos relacionados ao setor, como a geração de oportunidades de negócios para a indústria metal mecânica.
Entre as principais ações da política industrial para a cadeia naval, Heloisa citou a organização de instâncias de governança entre governo, empresários e trabalhadores para garantir o incremento da produtividade; a internacionalização de empresas brasileiras; a atração de investimentos; o apoio à inovação e ao desenvolvimento tecnológico; o desenvolvimento de clusters regionais e a qualificação de recursos humanos, como as oportunidades geradas pelo Programa Ciências sem Fronteiras.
A secretária falou ainda sobre importantes investimentos para o setor impulsionados pelo governo federal, como os programas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) para P&G, com orçamento de R$ 4 bilhões até 2015; o Inova Petro, com recursos de R$ 3 bilhões até 2016 direcionados somente à indústria; e o memorando de entendimento firmado entre o MDIC, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Petrobras para desenvolvimento da cadeia de fornecedores do setor.
Atualmente, o principal polo produtivo da cadeia de P&G é o Rio de Janeiro, seguido por São Paulo. A expectativa do governo é de acelerar o crescimento em outros estados com potencial de produção, como Pernambuco e Rio Grande do Sul. O Seminário na Firjan ocorreu no âmbito da Feira Rio Oil&Gas que vai até quinta-feira (20) e conta com a participação de 51 países. A ideia é discutir as principais questões ligadas ao setor no mundo e aproximar fornecedores e compradores.
Veja fotos do evento. Crédito: Jefferson Rudy/MDIC
Fonte: Assessoria de Comunicação Social ABDI
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MDIC
