A taxa Selic é a forma mais eficaz de se combater a inflação no Brasil? Para Ernane Galvêas, ex-ministro da Fazenda e consultor Econômico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a indagação é importante no atual cenário econômico do País, quando existem pressões de alta vindas de várias direções.
Galvêas explica que a inflação pode ter várias origens, basicamente classificadas como inflação de oferta e inflação de demanda. Na conjuntura atual da economia brasileira, geralmente, a inflação de oferta vem da elevação dos preços do petróleo, de matérias-primas e das commodities de alimentação, como está acontecendo agora, em face das adversidades climáticas nos Estados Unidos e no Brasil.
Quando há uma declarada inflação originada do lado da oferta, cabe considerar duas ações: estimular os investimentos para aumentar a produção e, considerando que os investimentos criam empregos e elevam os salários, que alimentam a demanda, controlar a expansão do crédito ao consumo, para compensar as pressões do lado da oferta, aponta.
Já a inflação de demanda ocorre, em geral, nos períodos de boom econômico, principalmente, em face dos elevados níveis do emprego e da renda (salários) e do déficit fiscal, acompanhados da expansão do crédito. Adicionalmente, podemos ter inflação inercial, isto é, uma alta de preços que, automaticamente, realimenta-se e se perpetua. A inflação brasileira tem um pouco de tudo isso, e a pergunta que se faz é sobre a eficácia da taxa Selic para combatê-la, questiona.
Fonte: Ascom/CNC
