Paraná pode ampliar parceria com estatal chinesa de energia

O governador Beto Richa reuniu-se nesta terça-feira, em Xangai, com o vice-presidente de Desenvolvimento Internacional, Chen Guoping, e outros executivos da estatal State Grid. Foto: Divulgação Copel

O governador Beto Richa reuniu-se nesta terça-feira (30/10), em Xangai, com o vice-presidente de Desenvolvimento Internacional, Chen Guoping, e outros executivos da estatal State Grid. Foram discutidos os projetos de linhas de transmissão que a Copel e a empresa chinesa vão implantar no Brasil a partir de 2013.Richa manifestou aos chineses o interesse do Estado em ampliar a parceria no setor elétrico. “A sociedade da Copel com a State Grid é muito significativa, pois é a maior empresa de transmissão de energia do mundo. A opção pelo consórcio com a Copel reforça a qualidade da companhia paranaense”, destacou. “Esperamos poder ampliar ainda mais esta parceria, inclusive em outras áreas além da transmissão”, afirmou Richa.

A reunião com dirigentes da companhia chinesa foi acompanhada pelo diretor de engenharia da Copel, Jorge Andriguetto, e pelo deputado estadual Alexandre Curi. Eles também visitaram em Xangai o Centro de Controle e Despacho de Energia Elétrica da State Grid.

CONSÓRCIO – Em março deste ano, a Copel e a State Grid arremataram em leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a concessão para construir e operar 1.605 quilômetros de linhas de transmissão e quatro novas subestações. O investimento é estimado em R$ 2,7 bilhões. São os maiores empreendimentos de transmissão da história da Copel.

Os dois lotes integram o sistema nacional de transmissão de energia que reforçará as condições de atendimento no Mato Grosso e, principalmente, interligará em extra-alta tensão (500 mil volts) o pólo de geração formado por cinco usinas em construção ou previstas para a bacia do Rio Teles Pires ao Sudeste. A Copel constrói uma das hidrelétricas, a de Colíder, com 300 MW de potência.

O primeiro lote do empreendimento, que deverá demandar investimentos estimados em R$ 1,8 bilhão, é composto por três subestações nas cidades matogrossenses de Paranaíta, Cláudia e Paranatinga, mais 1.005 quilômetros de linhas de 500 mil volts para conectá-las.

O segundo lote compreende empreendimentos nos estados do Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Entre as obras previstas estão a construção de uma subestação de 500 mil volts junto à hidrelétrica de Marimbondo e mais duas linhas de transmissão entre as subestações Ribeirãozinho e Rio Verde Norte (Goiás). O investimento deve chegar a R$ 900 milhões, conforme a Aneel.

Para executar os projetos, foram criadas duas sociedades de propósito específico (SPE): a Matrinchã Transmissora de Energia e a Guaraciaba Transmissora de Energia, cada qual responsável por um lote específico de obras. Nos dois casos, a participação da Copel é de 49% e 51% da State Grid.

TECNOLOGIA – A State Grid detém a tecnologia para a transmissão em ultra-alta tensão, com a qual já opera na China, com menor perda de eletricidade que as linhas tradicionais. Recentemente, apresentou na França um projeto para usar a tecnologia para levar energia da Ásia para a Europa.

“A Copel acredita que pode ser parceira da State Grid para um projeto similar no continente americano”, informa Jorge Andriguetto.

A State Grid também tem planos para entrar no segmento de geração brasileiro até 2015, investindo US$ 5 bilhões no país. Até o momento, a empresa já investiu cerca de US$ 3 bilhões na área transmissão. “Queremos crescer no Brasil”, disse o vice-presidente Chen Guoping. A State Grid tem interesse na construção de grandes hidrelétricas, como Tapajós, Sinop e São Manoel.

Fonte: ANPr