Os riscos e elevados custos para se contratar trabalhadores precisam ser reduzidos para não comprometer a competitividade das empresas brasileiras. A afirmação é do gerente-executivo de Relações do Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Emerson Casali, durante o seminário Novas Relações de Trabalho para o Brasil do Século 21, realizado nesta quarta-feira, 7 de novembro, pelos Diários Associados em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e a CNI.
Segundo Casali, que participou do painel Relações de Trabalho no Brasil, o desafio de reduzir os custos trabalhistas envolve desde a simplificação e modernização da lei, que deve dar mais espaço à livre negociação entre patrões e empregados, à redução dos encargos sobre a folha de pagamento das empresas. “É um conjunto de obrigações que onera as empresas”, destacou.
Assinalou que o aumento dos salários não é acompanhado pelo crescimento da produtividade. “Nos últimos 11 anos, enquanto a produtividade cresceu 3,7%, os salários deram um salto de 101%. Isso torna o processo de produção no país insustentável”, enfatizou Casali.
Outro obstáculo apontado por ele é a insegurança do ambiente institucional das relações trabalhistas. Citou como exemplo as súmulas criadas pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), que são muitas e se contradizem. “Isso gera um risco enorme para o país, pois desestimula investidores”, afirmou. “São realmente necessárias mudanças profundas nas relações de trabalho, modernização no sindicalismo e mais diálogo entre empresas e empregados”, concluiu.
Participaram do painel com Casali o ex-ministro do Trabalho Almir Pazzianotto, o deputado Silvio Costa (PTB-PE) e Roberto Henrique Gonzalez, técnico de Planejamento e Pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). O vice-presidente Michel Temer, o ministro do Trabalho, Brizola Neto, e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, estiveram na abertura do evento.
Fonte: Agência CNI
