Com 80,9%, pelos dados sem influências sazonais, a utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria manteve-se inalterada em setembro comparativamente a agosto, “o que representa estabilidade pelo terceiro mês seguido”, assinala a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta quarta-feira, 07 de novembro, pela Confederação Nacional da Indústria(CNI).  No terceiro trimestre, houve declínio de 0,1 ponto percentual frente ao trimestre anterior.

O faturamento e as horas trabalhadas na indústria, variáveis mais diretamente ligadas à produção, caíram em setembro frente a agosto, pelos dados dessazonalizados, indicando queda na atividade industrial, diz a pesquisa.  O faturamento recuou 1,7%, enquanto as horas trabalhadas reduziram em 0,7% entre agosto e setembro. O emprego manteve-se estável, pelos dados sem efeitos sazonais.

O levantamento informa que a massa salarial e o rendimento médio real declinaram em setembro ante agosto em -0,6% e -1,0%, respectivamente, nos indicadores sem ajuste sazonal. Na comparação com setembro de 2011, a massa salarial recuou 0,1%, na primeira queda ante o mesmo mês do ano anterior desde dezembro de 2009.

O gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, reconheceu que a atividade industrial em setembro ficou aquém do esperado, o que pode levar a entidade a rever suas estimativas sobre o desempenho da indústria de transformação este ano, de um declínio de 1,9%. “O ritmo de recuperação da indústria nestes últimos meses não está ocorrendo como prevíamos, mas o lado bom é que não há indícios de reversão do processo de retomada”, enfatizou.

A pesquisa Indicadores Industriais destaca que, entre os 19 setores da indústria de transformação abrangidos pelo levantamento, o de máquinas e equipamentos registrou forte elevação do faturamento, com 15,1% em setembro sobre igual mês de 2011,  dado que, segundo a CNI, “pode indicar que os investimentos podem estar entrando em uma trajetória de recuperação”.