Parceria é para o estudo de viabilidade do projeto Green Silicon, que visa a industrialização a obtenção de energia elétrica a partir da irradiação solar captada por placas de silício

Edson Campagnolo assina o convênio junto com Jorge Samek, Alípio Leal, Franklin Boccia e Julio Felix, do Tecpar (foto: Adenésio Zanella-Itaipu)
A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), a Itaipu Binacional e o Governo do Estado firmaram quarta-feira (7), em Foz do Iguaçu, um convênio para a realização do estudo de viabilidade técnica e econômica do projeto “Green Silicon”. O projeto busca o domínio da tecnologia de industrialização do silício e a implantação, no Brasil e Paraguai, da cadeia de componentes para produção de energia fotovoltaica – energia elétrica obtida a partir da irradiação solar, captada por células constituídas de silício metalúrgico processado.
“Ao assinar este convênio lançamos uma semente de luz. Luz porque precisamos desenvolver alternativas na geração de energia renováveis”, disse o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, ao assinar o documento, com o secretário estadual da Ciência e Tecnologia, Alípio Leal; o diretor geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, e o diretor geral paraguaio da binacional, Franklin Boccia. O convênio envolve o Senai (pertencente a Fiep), o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e os Parques Tecnológicos da Itaipu do Brasil e do Paraguai.
Edson Campagnolo lembra que a energia fotovoltaica é uma realidade em vários países. “O Brasil é abençoado, pois temos abundância do quartzo, mineral do qual se produz o silício, e um clima favorável, com sol constante de norte a sul. Mas precisamos adquirir mais conhecimento e criar um ambiente favorável para produzirmos, no Brasil e Paraguai, os painéis solares”, afirmou o presidente da Fiep. “Aqui em Foz do Iguaçu demos um grande passo, ao iniciar o estudo de viabilidade.”
O projeto “Green Silicon” irá dar melhor aproveitamento ao quartzo (que hoje é exportado in natura), usar a energia fornecida por Itaipu para industrializar o silício, ampliando a oferta de energia renovável ao setor produtivo e aos consumidores em geral brasileiros e paraguaios. Para o diretor geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, a parceria com o Governo do Estado e a Fiep é fundamental para viabilizar o projeto, que colocará o Brasil no mapa mundial da energia fotovoltaica.
“A presença do governo dá ao projeto o caráter de política pública”, afirmou. Segundo ele, a participação da Fiep é fundamental, já que sinaliza para a sociedade a credibilidade da iniciativa. “A decisão do presidente da entidade, Edson Campagnolo, de aderir à ideia, é estratégica e fundamental, pois revela a percepção do setor industrial sobre a importância de o Brasil entrar nessa rota. Isso é fundamental para atrair investimentos privados em todos os segmentos da cadeia, desde a mineração até a industrialização do silício”, afirmou.
O secretário da Ciência e Tecnologia, Alípio Leal, explica que o projeto é uma nova ação de um programa do governo que tem por finalidade detectar o potencial energético do Paraná e desenvolver novos projetos, principalmente de energia renovável. “O Green Silicon é muito promissor. Temos mineral, energia e competência para criar a cadeia produtiva do silício. Além de ampliar a oferta energética no Brasil e no Paraguai, será possível fornecer silício industrializado para o mundo”, disse Alípio.
Seguro e eficaz – O superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, Cícero Bley, explica que já foi formado um comitê gestor, composto por representantes das três partes. “Dentro de 30 dias, será feita a chamada pública internacional para contratação de consultores que irão atuar no projeto”, informa.
Segundo o gerente de Novas Tecnologias do Senai no Paraná, Reinaldo Tockus, a tecnologia fotovoltaica é um dos meios mais eficaz e seguro para o país realizar a geração distribuída de energia elétrica. “Isso quer dizer que as indústrias terão independência, podendo gerar a energia necessária para seus processos de produção.”
Tockus informa que, paralelamente ao estudo de viabilidade técnica e econômica, serão estabelecidos polos de conhecimento e tecnologia fotovoltaica nos Parques Tecnológicos de Itaipu, nos dois lados do rio Paraná, e no Senai. “O objetivo, além do domínio das tecnologias da cadeia fotovoltaico, oferecer o suporte tecnológico necessário às indústrias, de forma a ampliar a oferta de energia renovável nos processos produtivos, reduzir custos e aumentar a competitividade nacional e no mercado mundial”, disse ele.
Fonte: Agência FIEPr