Empresária brasileira no Vale do Silício diz que segredo para empreendedorismo é não desistir

 Bel Pesce, paulistana radicada nos Estados Unidos, participou, na semana passada, do Paraná TIC, evento promovido na sede do Sebrae/PR em Curitiba
 

Bel Pesce – Foto:Luiz Costa/La Imagen

Duas graduações e três cursos compactos pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), passagens pelo Google e Microsoft e hoje dona da própria empresa, no Vale do Silício, reduto da  tecnologia mundial. Bel Pesce, com apenas 24 anos, é dona do currículo invejável. Na semana que passou, empresários do setor de tecnologia da informação e comunicação do Paraná conheceram um pouco mais dessa trajetória empreendedora de sucesso.

Bel Pesce, paulistana radicada nos Estados Unidos e autora do livro “A menina do Vale  – como o empreendedorismo pode mudar sua vida”, foi uma das atrações do Paraná TIC, realização do Sebrae/PR, Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro Paraná) e Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) em Curitiba, que reuniu mais de 300 empresários do setor.

Para Bel Pesce, o empreendedorismo nasceu, naturalmente, como parte da sua vida. “Sempre gostei de inventar. Descobri que era empreendedora desde sempre. Descobri isso nas andanças que fiz, mas não sabia que se chamava de empreendedorismo”, afirmou.

Garota de classe média, apaixonada por Matemática, ganhou bolsa de estudos para fazer o ensino médio em uma boa escola particular de São Paulo. Sonhava em estudar no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) quando descobriu que não era preciso ser cidadão americano para se candidatar a uma vaga no MIT. Faltavam apenas 20 dias para encerrar o prazo de um processo que demora. A chance era mínima, mas para ela, se há uma probabilidade, mesmo que seja pequena, vale a pena tentar. E deu certo.

“Eu não aceito não! Para a minha cabeça, nada é impossível”, disse Bel Pesce, no Paraná TIC. A aprovação no MIT, o tempo que passou no campus da conceituada instituição e o trabalho no Vale do Silício serviram, segundo ela, de inspiração. Bel Pesce trabalhou no próprio MIT para pagar a universidade e aproveitou a vida acadêmica. Conseguiu duas graduações, Engenharia Elétrica e Ciências da Computação, e três  diplomas de cursos compactos: Administração, Economia e Matemática. Além de fazer aulas como Japonês, Coreografia e Música.

Foi graças a um trabalho no MIT que Bel Pesce descobriu a paixão pelo empreendedorismo. Aos  19 anos, ela participou de uma competição em equipe chamada MIT 100K, concorrendo com um projeto para aumentar a cobertura de telefonia celular na área rural da África. A proposta não ganhou prêmio, mas a moça descobriu como era bom criar um produto, formar e motivar um time e trabalhar duro e com entusiasmo para fazer acontecer.

Ainda na faculdade, Bel Pesce trabalhou em empresas que fazem parte do sonho de muita gente, a Microsoft e o Google. Essa experiência a ajudou a  formatar seu próprio grande sonho: empreender no Vale do Silício, região da Califórnia, Estados Unidos, que reúne empresas  com inclinação para inovar em tecnologia.

Com os diplomas do MIT na mão, ela desistiu de um Mestrado para trabalhar na Ooyala, plataforma de vídeo digital. Depois, aos 23 anos e em sociedade com dois empresários latino-americanos, fundou a empresa Lemon, que produz um aplicativo no telefone celular utilizado para organizar as finanças. Após três meses do lançamento, a Lemon já contava com 1 milhão de usuários. “Os americanos não têm medo de empreender. Muitas das ideias não dão certo, mas eles não desistem. Os erros são aprendizado.”

Na Microsoft, a brasileira trabalhou quando tinha apenas 19 anos, fazendo parte do Office Labs, um setor que se dedica a inovações relacionadas à produtividade. Chegou a liderar uma equipe e administrar projetos do começo ao fim. No Google, atuou no setor de pesquisas para inovar os sistemas do Google Translate. Para Bel Pesce, empreender  envolve “trabalhar pesado, se possível com muito amor”.

O livro “A menina do Vale – como o empreendedorismo pode mudar sua vida”, disponibilizado gratuitamente pela internet, é mais um exemplo de como a paulistana vê a missão do empreendedor – a criação de produtos que toquem positivamente a vida das pessoas. Com essa obra, ela espera ajudar jovens (ou não tão jovens) a buscar inspiração e soluções para a carreira. Na opinião dela, as lições que o Vale do Silício ensinaram podem ser aplicadas em qualquer lugar do mundo.

Exemplo

Emerson Cechin, coordenador estadual dos Projetos de TI do Sebrae/PR, disse que Bel Pesce é um exemplo a ser seguido pelos empresários de tecnologia da informação e comunicação paranaenses. “Uma prova de perseverança, de que é preciso persistir para obter resultados. A trajetória de Bel Pesce mostra tudo isso.”

Paraná TIC

O evento, realizado pelo Sebrae/PR, Assespro Paraná e SETI, com a Fundação Araucária, contou com o patrocínio da IBM, Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar), Instituto Curitiba de Informática (ICI), e teve o apoio do ICities, Microsoft e promoção do Grupo GRPCOM.

Fonte: Sebrae/PR