1. NOTICIA BOA

Do Brasil: 

As reservas de ouro do país dobraram em 2012 para 67 toneladas, nova política de ativos do governo, que busca diversificar a aplicação de seus saldos financeiros. Mesmo assim abaixo do estoque oficial dos Estados Unidos (8.113 toneladas), da Alemanha (3.396), da China (1.054), etc.

Do Paraná: 

Foi escolhida pela Infraero a empresa responsável pelos estudos preliminares para construção da nova pista (terceira?) do Aeroporto Afonso Pena. A obra, de 3,4 mil metros, permitirá operação de aviões com carga plena, ampliando o alcance do terminal paranaense de aviação.

2. CAMPANHA ANTECIPADA

OS FATOS

A festa de comemoração dos dez anos do PT no poder, celebrada em São Paulo na quarta-feira, teve como contraponto um discurso do senador Aécio Neves no Senado. Ambas as manifestações focaram em comparações entre os governos de Fernando Henrique Cardoso, de Lula e da atual presidente Dilma Rousseff; os petistas destacando suas realizações – principalmente no campo social via ascensão das classes da base da pirâmide social com o crescimento econômico e a política de rendas e criticando a gestão tucana. Por sua vez o senador Aécio insistiu no legado de FHC: estabilização da moeda e reformas que lançaram os fundamentos do ciclo de expansão que se seguiu no governo Lula.

ANÁLISE

A linha das comemorações petistas e do pronunciamento do senador tucano visa claramente fixar os pontos-chaves para a campanha presidencial de 2014. Nesse sentido, tanto o programa do PT – conduzido pelo seu presidente nacional, Rui Falcão mas efetivado sob orientação dos marqueteiros que trabalham para a legenda – quanto o discurso senatorial dos tucanos, se voltaram para comparações entre um e outro grupamento partidário. Tangenciando os desafios que o futuro imediato coloca perante o país, eles marcaram a antecipação de uma corrida eleitoral ainda distante para o horizonte da opinião geral; disputa em que correm por fora outros dois prováveis competidores do ano que vem: a ex-ministra Marina Silva, que acaba de lançar seu pré-partido, a “Rede Sustentável” e o governador Eduardo Campos, empenhado em fortalecer sua chance como uma terceira força mais viável no tabuleiro sucessório.

3. BLOGUEIRA VALORIZADA

OS FATOS

Os fatos envolvidos na visita da blogueira cubana Yoani Sanchez ao Brasil, com as recepções hostis que recebeu em Recife, Salvador e Feira de Santana – patrocinadas por grupos radicais de apoiadores do regime dos irmãos Castro – acabaram tendo um efeito inusitado: valorizaram a estada da ativista de Cuba pelo país. Yoani Sanchez visitou o Congresso, onde discursou na Câmara dos Deputados, esteve em foros de empresários e participou de mesa-redonda no auditório de um jornal paulista.

ANÁLISE

O conjunto das “recepções” promovidas pelos grupos que hostilizaram Yoani valorizou a ativista, como demonstraram o farto noticiário que acompanhou seus passos pelo Brasil, editoriais de veículos importantes e os debates que despertou. Na contramão, restou evidente que a virulência de seus contestadores expressa um padrão de esquerda radical – típico das turbulências da política européia nas décadas iniciais do século 20 (comunistas-leninistas, nazistas, fascistas) -, cujos membros confrontavam os adversários pela violência; em vez da esquerda intelectualizada (os intelectuais orgânicos de Gramsci) no pós-guerra. Intolerância que confirma nosso hiato de evolução política relativamente à modernidade.

4. ABASTECIMENTO EM PAUTA

OS FATOS

A inflação dos alimentos, que subiu o dobro do índice geral (5,84%) de 2012, conjugada com a tendência de alta registrada no primeiro mês de 2013, despertou preocupação do governo federal para o assunto. Chamados ao Palácio do Planalto os responsáveis pela estatal do setor – a Companhia Nacional de Abastecimento – constatou-se que esse órgão não vem cumprindo seu mandato de sustentar estoques de gêneros capazes de garantir estabilidade nos preços e segurança alimentar para a população. O passo foi criar um Conselho Interministerial de Estoques Públicos de Alimentos, que passa a monitorar aquisições e liberação de comida.

ANÁLISE

Este é o terceiro ano de publicação deste Boletim e, sempre alertamos sobre a importância do abastecimento de gêneros para a segurança alimentar – aliás, um dos itens do programa político do PT que figurou com destaque na campanha presidencial de Lula em 2002. De início a questão esteve no centro da agenda governamental, inclusive tendo sido criado um Ministério específico a cargo do economista José Graziano que, apoiado pelo Brasil, acabou escolhido para a direção geral da FAO – a agencia alimentar das Nações Unidas. No bojo das medidas, foi implantado um programa de compra direta de alimentos da agricultura familiar, a seguir transferidos para escolas, instituições oficiais e centrais de consumo popular.

ANÁLISE (II)

O problema é que, envolto em tantas prioridades, o governo acabou desviando o foco e o país enfrentou tropeços na produção de feijão, arroz, trigo, hortaliças, etc. Não faltaram recursos: os financiamentos de crédito rural para as safras e investimento (máquinas e instalações) vêm sendo ampliados e o dinheiro chega a tempo – para o produtor planejar a aquisição de insumos e formar a lavoura. Como tais recursos bancam mais o chamado agronegócio – agricultura de escala voltada para transformação industrial ou exportação, responsável pelo dinamismo da economia interna e saldos da balança comercial – o governo desdobrou a área, para a agricultura familiar. Mas as circunstancias tornaram tal divisão inconsistente e, dada a transmissão de preços globais para o setor interno, mais uma economia aquecida por crédito, transferências sociais e pleno emprego, a inflação dos alimentos se tornou inevitável.

ANÁLISE (III)

Esperamos agora que, sob a supervisão da ministra Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, o novo conselho interministerial funcione, ampliando a oferta a preços estáveis do feijão, arroz, frutas e verduras, para assegurar uma dieta suficiente, sobretudo para as classes de menor renda. E que, na seqüência, o governo resista a imediatismos do passado, quando se tabelavam ou congelavam preços de alimentos na ilusão de garantir o abastecimento; modismo que volta a seduzir países vizinhos. O campo brasileiro é generoso, o agricultor é operoso e a tecnologia responde rapidamente a estímulos. Basta organizar uma política pública consistente para o setor.

MISCELÂNEA

Reunião periódica do G-20, o grupo das vinte maiores economias nacionais, terminou sem conclusões. Mesmo ante a evidência de uma “guerra cambial” promovida pelos países mais fortes, os ministros acharam tudo normal =/= Porém observadores assinalam sinais de recuperação, lenta mas contínua, na economia internacional =/= Hugo Chavez retornou à Venezuela, após tratamento em Cuba. Mas há dúvidas se ele poderá retomar as funções de presidente  =/= Cardeais concordam: até o governo da Igreja Católica, a Cúria do Vaticano, inchou e precisar cortar gorduras.

MISCELÂNEA (II)

Governo federal ampliou alcance do programa de transferência de renda, o “Bolsa-Família”. Meta é eliminar progressivamente a situação de pobreza extrema (miséria) no Brasil =/= Confusão na alta política: liminar (monocrática) de ministro do Supremo trancou a pauta de decisões do Congresso e votação do orçamento fiscal de 2013 continua adiada. Mas o novo presidente do Senado, Renam Calheiros mostra disposição para resgatar a Casa como “Câmara da Federação” =/= Governo de Santa Catarina aceitou, tardiamente, apoio federal e onda de ataques no estado foi contida. Como saldo, a vexatória confirmação de incompetência, num estado cujas lideranças se destacaram no passado.

MISCELÂNEA (III)

Deputado Eduardo Cheida aceitou convite do governador Beto Richa para assumir a Pasta do Meio Ambiente. Só que a bancada do PMDB na Assembléia não assegura compromisso na eleição de 2014 =/= Holofotes da mídia se voltam, agora, contra a Câmara Municipal de Curitiba – como se fosse a única instituição prenhe de mazelas. Mídia que acaba de perder a pena segura do jornalista Mussa José de Assis.

Rafael de Lala,
Presidente da API – Associação Paranaense de Imprensa
Coordenação da Frente Suprapartidária do Paraná pela Democracia
e Grupo Integrado de Ações Federativas do Paraná

E-mail: api1934@gmail.com Twitter: @Apimprensa Contato:   (41) 3026-0660 / 3408-4531/ 9167-9233