Empresa de Campo Mourão instala fábrica em Ningbo, ao sul de Xangai; de olho no potencial paranaense, Sebrae/PR organiza missão empresarial à China
Com sede em Campo Mourão, no noroeste do Paraná, a Cristófoli Equipamentos em Biossegurança está no mercado desde 1991. A empresa, que começou pequena, é líder em vendas de autoclaves de mesa no Brasil. Autoclaves de mesa são câmaras em aço inox hermeticamente fechadas, para esterilizar instrumentos e materiais diversos em consultórios odontológicos, clínicas médicas e laboratórios.
Há dez anos, a Cristófoli mantém relações com o mercado chinês. A empresa começou exportando, depois passou a importar e há dois anos montou uma unidade fabril na cidade de Ningbo, ao sul de Xangai. “Há seis meses começamos a comercializar nossos produtos. Além de vender na China, já exportamos para o Japão e alguns países da Europa”, conta Ater Cristófoli, presidente de Novos Negócios da empresa.
O empresário afirma que a decisão de partir mais acirradamente ‘pra cima’ do mercado chinês foi por que os produtos fabricados pela sua empresa no Brasil ficaram pouco competitivos para o mercado de fora. “E o jeito de competir com os chineses foi nos juntar aos chineses”, destaca Ater Cristófoli.
A pouca burocracia, a baixa carga tributária e o apoio da China às empresas de base tecnológica e exportadora fazem do território chinês um atrativo para investimentos de indústrias estrangeiras. Ater Cristófoli ainda complementa que uma das mais importantes vantagens de se ter um negócio naquele país é a farta mão de obra qualificada.
Ter um negócio na China, no entanto, na sua avaliação, pode também representar alguns percalços. O país é governado com mão forte pelo Partido Comunista da China. “O comando do governo é muito forte e as regras podem mudar a qualquer momento”, alerta o empresário.
Outro risco que Ater Cristófoli avalia, como preponderante na hora de se fechar negócios com os chineses, é a diferença cultural. “Ainda não sabemos bem os costumes, a comunicação é um pouco difícil. É um povo milenar, demora um pouco, mas é só uma questão de adaptação”, salienta.
Àqueles que querem ter um “negócio na China”, o empresário estimula e manda um recado. “Os empresários de micro e pequenas empresas brasileiros devem ficar de olho e fazer parcerias, pois é um mercado bastante grande e em expansão, que consegue exportar para vários outros países, até mesmo para os mais exigentes, como a Alemanha.”
Café da manhã
De olho em histórias como a da Cristófoli Equipamentos em Biossegurança e no potencial de empresas paranaenses, o Sebrae/PR realiza nesta quinta-feira, dia 7, das 8 horas às 9h30, no Hotel Mabu, em Curitiba, um café da manhã para empresários de pequenas empresas, com Allan Marcelo de Campos Costa, diretor-superintendente da entidade.
Allan Costa vai falar sobre o tema “Um olhar sobre a Ásia”, sob medida para os empresários que estão de olho no mercado do outro lado do mundo. Formado no Programa de Gestão Avançada pela Harvard Business School, nos Estados Unidos, é mestre em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas e pela Universidade de Lancaster, na Inglaterra, e cursou o Programa de Desenvolvimento de Dirigentes Empresariais do INSEAD, na França.
Missão
Na oportunidade, o Sebrae/PR apresentará uma proposta de missão técnica à China, país com mais de 400 milhões de consumidores em potencial vindos da Classe C. A ideia do Sebrae/PR é repetir a dose de 2012, quando um grupo de 25 empresários do Estado formou uma turma do Global Leadership Program e conheceu a realidade empresarial chinesa, por meio do Sebrae Mais – Programa Sebrae para Empresas Avançadas.
A missão à China será de 16 de maio a 2 de junho e passará por cidades como Shenzhen, Shangai, Beijing-Pequin, e Hong Kong, um dos principais centros financeiros da Ásia. O itinerário prevê visitas a universidades, órgãos públicos, centros de pesquisa, empresas e laboratórios de startups, dentre outros.
Ambiente propício
Para a consultora do Sebrae/PR, Rosângela Angonese, que coordena o Global Leadership Program, o governo chinês criou um ambiente propício aos negócios. Com a intenção de atender às grandes empresas estrangeiras atraídas ao país, investiu em infraestrutura, energia e matéria-prima. E as multinacionais levaram a tecnologia.
“Assim, a China ganhou competitividade no mercado internacional, os governantes continuaram a investir e chegamos à China de hoje: a segunda potência econômica do mundo, organizada, competitiva e adaptável às mudanças e exigências globais.”
Outra característica apontada pela consultora é o foco na oportunidade. Segundo Rosângela Angonese, os chineses são muito ágeis em detectar oportunidades. “E eles querem se tornar uma economia global, por isso empreendem mundo afora, em busca de oportunidades de negócios, de investimentos, de parceria e de mercados para seus produtos, e não só regionalmente. Os chineses têm uma visão de longo prazo e muita persistência e comprometimento com a meta futura”, destaca.
Fonte: Sebrae/PR