Falta de acordos comerciais preocupa empresários brasileiros

Enquanto a Aliança do Pacífico movimenta Chile, Colômbia, México e Peru, e a parceria para o TransPacífico atrai a atenção do governo norte-americano, o Brasil continua restrito ao Mercosul

A Aliança do Pacífico é o mais novo bloco econômico da America do Sul e o Brasil está fora. Nele, Chile, Colômbia, México e Peru se comprometem a assinar, até 31 de março de 2013, acordos para redução de tarifas de 90% dos produtos de sua pauta de comércio. Mas a meta é ainda mais ambiciosa. Eles querem alcançar 100% de livre comércio, com maior uso de insumos, partes e componentes entre os países do bloco econômico.

Esse novo grupo reúne as economias mais liberalizadas do mundo. Apenas o Chile tem 22 acordos comerciais que chegam a 60 países, incluindo a União Europeia, Estados Unidos, China, Japão e Coréia do Sul. O México tem uma rede de 12 acordos comerciais que abrange 44 países. Peru e Colômbia seguem pelo mesmo caminho.

A Aliança do Pacífico está sendo criada para ampliar o comércio com a Ásia e passou a atrair a atenção da Europa e dos Estados Unidos. O novo bloco reúne uma população de 215 milhões de pessoas e representa 35% do Produto Interno Bruto (PIB) [+] da América Latina.

Tudo indica que grupo não seguirá restrito no futuro próximo. Na próxima reunião, em 24 de maio, na cidade colombiana de Cali, Austrália, Canadá, Espanha, Japão, Nova Zelândia e Uruguai participam como observadores. O Paraguai também pediu para ser aceito como observador.

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TransPacífico – Também voltada para o Pacífico, a menina dos olhos da política comercial do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chama-se Parceria para o TransPacífico (TPP, sigla de Trans-Pacific Partnership). Obama quer unir os países de Norte a Sul para negociar via Pacífico e fazer frente à China. O Brasil também está fora dessas negociações.

Os Estados Unidos veem na TPP uma alternativa à Área de Livre Comércio das Américas (Alca) [+] que naufragou em 2005. Desde então, o governo norte-americano tem procurado ampliar seus acordos na América do Sul ao negociar individualmente com os países. O Brasil, contudo, está restrito ao Mercosul.

Consequências – Para o Brasil, a Aliança do Pacífico significa perda de mercado, principalmente na América do Sul, e um aprofundamento do déficit na balança comercial com o México. Há cinco anos, o Brasil compra mais do que vende para os mexicanos. Em 2012, as exportações somaram R$ 4 bilhões e as importações R$ 2 bilhões.

Além disso, Colômbia e Peru estão mais próximos dos estados do Norte do país do que o próprio sudeste brasileiro. No mercado local, essa aproximação geográfica facilitaria a entrada de produtos com preços mais competitivos, por força dos benefícios tarifários concedidos.

Solução – O Brasil não pode viver isolado. Para não perder mercado e ver seus exportadores definharem, dentro ou fora do Mercosul, precisa buscar acordos comerciais com outros blocos econômicos.

Fonte: Portal da Indústria