Fatos Políticos Recentes (e Análise da Conjuntura)

1. NOTICIA BOA

– Do Brasil:

A criação de 112 mil vagas de emprego em março indica recuperação do mercado de trabalho, beneficiando a economia brasileira após as dificuldades registradas nos dois primeiros meses do ano. Embora a maioria dos postos tenha se originado no setor de serviços, a abertura de 26 mil empregos na indústria foi destacada como positiva pelos analistas.

– Do Paraná:

Governo do Estado está viabilizando um programa de parcerias com o setor privado (PPPs) para construir obras fundamentais para a interiorização do desenvolvimento. Entre elas a duplicação das rodovias entre Maringá e Guaira (PR-323), Mauá da Serra e Londrina (PR-445) e Santo Antonio da Platina e Jaguariaíva (PR-092), anunciou o governador Beto Richa em evento na ADVB.

2. SEM NOVOS PARTIDOS

OS FATOS

A Câmara dos Deputados aprovou em tempo recorde e vai ao Senado projeto de reforma política que restringe as vantagens de novos partidos, como a transferência de verbas do fundo partidário e tempo de televisão. A iniciativa visa coibir a proliferação de novas legendas como a recente criação do PSD do ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab e pode afetar a fusão – decidida na semana – do PPS com o nanico PMN – que resultou no partido da Mobilização Democrática. A sigla resultante, que tem o deputado paranaense Rubens Bueno como secretário geral, tende a alinhar com a candidatura do governador pernambucano Eduardo Campos.

ANÁLISE

A lei restritiva foi impulsionada pelas principais bancadas (PT e PMDB) com apoio discreto do Palácio do Planalto e apontada como destinada a evitar a debandada de parlamentares para novas legendas, entre elas a que está sendo articulada pela ex-ministra Marina Silva e outra, de inspiração do deputado sindicalista Paulo da Força Sindical. Medida em si oportuna – dada a proliferação de legendas partidárias no país – a proposta agora formulada recebeu críticas como casuística, porém a História política é repleta de episódios dessa natureza circunstancial.

3. JUROS A 7,5%

OS FATOS

Após 13 meses de queda o Banco Central elevou os juros básicos da economia brasileira para 7,5% ao ano, alta de 0,25%, comunicando que esse ajuste moderado transmite a cautela da autoridade monetária no enfrentamento da inflação. Na véspera da decisão, operadores do mercado financeiro trabalhavam com a perspectiva de elevação da Selic em até 0,5%, o que não se confirmou.

ANÁLISE

A decisão agradou setores do governo, que temiam impacto de uma elevação maior no crescimento, embora agentes do mercado – em sua maioria – venham questionando a eficiência da política econômica para corrigir o que já é considerado um surto inflacionário: a taxa de reajuste dos preços superou em março o teto da meta pública, chegando a 6,9%. Ministros do governo avaliam, porém, que os choques climáticos do inicio do ano foram responsáveis pela exacerbação de cotações de produtos agrícolas, esperando que 2013 feche com um índice de 5,6%, compatível com o crescimento da economia entre 3% e 3,5%.

4. NO MUNDO

OS FATOS

No cenário global o FMI divulgou seu mais recente relatório indicando a perspectiva de crescimento de 3% para o conjunto das economias, ante um nível de 3,5% no mês de janeiro. O órgão de regulação financeira internacional justificou a rebaixa da previsão diante de fatores de incerteza persistentes na economia européia, fraca retomada nos Estados Unidos e ajuste nos emergentes: a China está aplicando uma estratégia de pouso suave com a expansão diminuindo para cerca de 7,5% ao ano.

ANÁLISE

O relatório do FMI alinha outros fatores, como a persistência de um clima de instabilidade na região leste da Ásia, onde a Coréia do Norte se mostra um ator inconfiável, a retração no preço das commodities metálicas e agrícolas e sucessivas crises de ajuste na Europa: Chipre, Portugal e Itália, entre outros (entre eles a volta dos atentados terroristas nos Estados Unidos, abalando a confiança da população). Para o Brasil o organismo financeiro internacional aponta as deficiências na infra-estrutura como fatores de inibição de um crescimento mais consistente com o dos demais membros do grupo dos BRICs, cravando previsão de 3% para o avanço do PIB no ano.

MISCELÂNEA (I)

A América Latina continua dando exemplos de desenvolvimento institucional insatisfatório: na eleição presidencial da Venezuela, doingo passado, o candidato sucessor do carismático Hugo Chavez venceu por escassa e contestada diferença. No Paraguai o candidato preferencial recorre a um contencioso histórico com o Brasil (pedindo a devolução de presas de guerra) para conquistar votos. Na Argentina a tentativa do governo de Cristina Kirchner para ampliar o controle sobre o Judiciário cria tensões adicionais aos conflitos anteriores com produtores e a imprensa.

MISCELÂNEA (II)

Presidente do STF ficou isolado na negativa de ampliar o prazo de recursos no caso do Mensalão. Joaquim Barbosa ainda se coloca em choque com setores destacados do próprio Judiciário e dos Estados ao resistir à instalação de tribunais federais de base regional =/= MP dos portos pode perder prazo de validade, mesmo após relator no Senado ter flexibilizado pontos como a prorrogação das concessões e a autonomia dos estados com portos organizados (caso do Paraná).

MISCELÂNEA (III)

Governador paulista inspirou projeto de reforma da legislação para ampliar a sanção penal para menores infratores que cometem crimes graves. Medida tem o apoio de especialistas e de 93% da população paulistana (e possivelmente, do restante do país), preocupada com a onda de violência exacerbada pela relativa impunidade atual =/= Governo do Paraná adquiriu 1.200 viaturas policiais, com parte dos recursos transferidos pela União via convenios do programa Paraná Seguro.

MEMORIA: 365 ANOS DE GUARARAPES

O Brasil comemora hoje, 365 anos da Batalha de Guararapes, ocorrida em 1648, nas cercanias de Recife, em Pernambuco, que iniciou o ciclo de retirada dos invasores holandeses da região Nordeste, onde haviam se instalado em 1630. Para infligir a derrota decisiva contra o exército de uma das maiores potências da época os nativistas se juntaram numa união de três forças: colonos descendentes dos portugueses, indígenas radicados na terra e negros que haviam chegado da África. Esse esforço patriótico, que firmou o “sentimento de Brasil”, marca a origem multi-racial do Exército brasileiro.

Rafael de Lala,

Presidente da API – Associação Paranaense de Imprensa

Fonte: API – Associação Paranaense de Imprensa