1. NOTICIA BOA
– Do Brasil:
Após queda registrada em 2012, quando o número de alvarás chegou a cair 21%, a construção civil indica retomada, pelo menos em Curitiba. O numero de unidades lançadas chegou a 5,7 mil, com expansão de 29% ante igual período do ano passado. Outra mudança é no perfil das construtoras: depois da chegada agressiva de grandes empresas do eixo S. Paulo/Rio a agenda voltou a ter predominância de construtores locais.
– Do Paraná:
O projeto Bom Aluno, mantido por empresários e instituições, chegou a 20 anos com mais de 430 jovens oriundos de famílias de baixa renda já graduados em escolas médias e superiores de Curitiba e outras cidades espalhadas pelo país. O projeto seleciona os jovens carentes mas com bom histórico escolar, oferecendo recursos para material, uniforme, transporte e alimentação – além de bolsa de estudos. O melhor: mais de uma dezena de profissionais formados no sistema retornou o beneficio, patrocinando por sua vez outros dois ingressados.
2. INFLAÇÃO E GATILHO
OS FATOS
A disparada dos preços no início de ano se tornou o assunto mais destacado nas rodas nacionais, ao lado do noticiário político. Em março a inflação acumulada nos últimos doze meses ultrapassou o teto da meta balizada pelas autoridades, com 6,92% de acréscimo, impulsionada pelos fatores componentes mais pressionados: custos da alimentação (hortaliças e legumes, afetados por perdas sazonais; índice da construção civil e, custos de serviços não disponíveis por importação). Para atacar o fenômeno os economistas e autoridades se dividiram em dois grupos: os integrados ao pensamento mais conservador, reclamando da política fiscal expansiva aplicada até aqui e os chamados “desenvolvimentistas”, para quem a inflação será corrigida pela expansão da oferta de bens e serviços conjugada com a correção de gargalos na infra-estrutura.
ANÁLISE
De toda forma o problema se avolumou, passando para o palanque político e foi o tema dominante nos eventos comemorativos do Dia do Trabalho, em 1º de maio. Na esfera acadêmica o ex-ministro Delfim Neto, tido como um conselheiro habitual do governo, escreveu um artigo recomendando cautela na política econômica enquanto as várias escolas de pensadores da área se puseram a esgrimir argumentos pró e contra. O aspecto mais preocupante foi a conclamação da Força Sindical pela adoção de reajustes trimestrais de salários; gatilho visto pela maioria como um detonador da corrida inflacionária de triste lembrança no país.
3. PISO DO PARANÁ
OS FATOS
No Paraná o governo estadual fez correção de 12,6% no salário mínimo regional, cujo piso sobe para R$ 1.018, o que representa 30% a mais do que a média nacional – segundo o secretário do Trabalho Luiz Claudio Romanelli. O titular explica que o cálculo foi feito com base em legislação que prevê ganho real de 5,1% ao ano mais a reposição da inflação dos últimos 12 meses. O decreto, com vigência imediata, foi assinado pelo governador Beto Richa durante os festejos de Primeiro de Maio, no Centro Cívico em Curitiba.
ANÁLISE
Segundo explicação de Romanelli os aumentos tiveram seu porcentual dividido em dois anos para não criar um impacto sobre o setor produtivo. Mesmo assim passa um perfil de generosidade que lembra competição com a área federal nos tempos áureos em que a crise global era vista como “marolinha” sem condições de interferir com força no país. No ano passado o empresariado paranaense protestou contra essa política de fortes reajustes reais do salário regional, mas neste ano pareceu aceitar a condução das negociações do Palácio Iguaçu com o setor sindical. Em aberto o questionamento sobre se a produtividade do trabalho vai acompanhar o mesmo índice, assegurando ritmo à economia e empregos.
4. CRISE EM RETRAÇÃO
OS FATOS
A crise dupla entre o Congresso e o Judiciário, com participação indireta do Executivo, refluiu nesta semana após atingir temperatura elevada no final de abril. Tanto os presidentes da Câmara e Senado quanto ministros do Supremo Tribunal Federal trataram de colocar água na fervura. No bojo das articulações deverá ser arquivada a proposta de emenda constitucional que subordina decisões do Supremo à homologação do Congresso, enquanto o ministro Gilmar Mendes vai submeter logo ao plenário sua medida liminar bloqueando plano de lei que restringia o funcionamento de partidos novos.
ANÁLISE
Os líderes de ambos os ramos do poder republicano avaliaram, sensatamente que, nesta conjuntura, o que menos interessa ao Brasil é uma crise institucional. O “imbróglio” tende a refrear o ativismo do Judiciário, nos últimos tempos pressuroso em ‘corrigir’ decisões político-parlamentares, enquanto o presidente do Senado nega que o clima tenha esquentado como reflexo do desfecho do julgamento do “mensalão”. De concreto dois pontos: a reflexão do ministro Mendes de que é o Executivo que constrange o Congresso com sua babel de medidas provisórias e a ponderação do ex-presidente da Câmara, Marco Maia: deve ser revista a regra que permite a um só ministro da Corte Suprema suspender processo deliberativo no Congresso – tema com o qual temos concordância, em nome da tripartição de poderes própria da poliarquia democrática.
5. PARCERIAS DA FIEP
OS FATOS
Em giro pelo exterior, o presidente da Federação das Indústrias do Paraná, Edson Campagnolo – acompanhado por gestores do SESI e SENAI, visitou instituições e entidades em vários países na Europa e Ásia. Além de encontros com diplomatas brasileiros servindo em organizações internacionais como a UNCTAD e Organização Mundial do Comércio e dirigentes do Fórum Econômico Mundial, Campagnolo esteve na Universidade de Tecnologia de Compiegne para ampliar convênios que deram suporte ao avanço tecnológico paranaense. Em Singapura – uma cidade-país asiática que teve desenvolvimento acelerado no último meio século – o dirigente industrial visitou as instalações de um porto eficiente e recolheu subsídios da entidade local de combate à corrupção que ajudou a lustrar a imagem mundial de Singapura, de cenário corrupto para um ambiente com elevados padrões éticos para negócios
ANÁLISE
Contatos desse nível são importantes por oferecerem uma visão alternativa a lideres empresariais brasileiros. O Fórum Econômico Mundial, mantido por patrocínio de mais de um milhar de empresas, promove anualmente um encontro dos mais destacados dirigentes públicos e de negócios de países de todos os continentes, enquanto Compiegne na França já colaborou com o Paraná na implantação de um núcleo pioneiro de tecnologia, principalmente na área de computação avançada – além de oferecer bolsas de aperfeiçoamento para graduandos de nossas escolas superiores.
MISCELÂNEA (I)
Decisões da área internacional que interessam ao Brasil: nos Estados Unidos o Banco Central considera continuar a política de afrouxamento monetário; na Europa o Banco Central reduziu a taxa de juros. Ambas medidas estimulam a liquidez geral, facilitando negócios do país com o restante do mundo; mas prenunciando controle em fluxos financeiros.
MISCELÂNEA (II)
Pré-candidatos presidenciais para 2014 aproveitando a data consagrada ao Trabalho para aparições e pronunciamentos. Principalmente os da Oposição, Aécio Neves e Eduardo Campos; enquanto a presidente Dilma se manteve numa prudente distância das reivindicações pródigas na ocasião.
MISCELÂNEA (III)
Está caminhando para solução o problema da tarifa subsidiada na Rede Integrada de Transporte dentro da Região Metropolitana de Curitiba. Governo do Estado e Prefeitura de Curitiba deverão chegar a uma fórmula plausível até 3ª, quando vence o contrato da URBS.
Rafael de Lala,
Presidente da API – Associação Paranaense de Imprensa
Fonte: API – Associação Paranaense de Impreensa