
Na foto, o secretário da SEMA, Luiz Eduardo Cheida, o presidente da FIEP, Edson Campagnolo e o presidente do Instituto Águas Paraná, Márcio Nunes. Foto: Dirceu Portugal/ AguasParaná
Luiz Eduardo Cheida explica que a cobrança não é um imposto, mas uma remuneração pelo uso de um bem público, cujo preço é fixado a partir de um pacto entre os usuários da água – grande parte formado pelas indústrias, a sociedade civil e o poder público no âmbito dos Comitês de Bacia Hidrográfica.
“Os Comitês são responsáveis por propor ao Conselho de Recursos Hídricos os mecanismos e valores de cobrança a serem adotados na sua área de atuação”, afirma Cheida. Para ele, a cobrança pelo uso da água é a prova de que o governo e a sociedade estão unidos para construir uma nova realidade, onde a sustentabilidade é o objetivo principal.
Dados do Instituto das Águas do Paraná – autarquia da Secretaria do Meio Ambiente responsável por implementar a cobrança – informam que cerca de 4,2 mil usuários têm outorga (autorização pública) para captar água ou despejar dejetos nos rios no Paraná.
O presidente do Instituto das Águas do Paraná, Márcio Nunes, lembra que a cobrança pelo uso da água é uma das ferramentas da política nacional e da política estadual de recursos hídricos – estabelecido pela Lei 9.433, de 1997.
“É uma ferramenta que institui valor econômico para a água e estimula o uso racional e sustentável dos recursos naturais”, mencionou Márcio. A previsão do Instituto das Águas do Paraná é que seja cobrado um centavo por metro cúbico de água captada.
O diretor executivo do Instituto das Águas do Paraná, Everton Souza, garante que a cobrança pelo uso da água será implementada nas 12 bacias hidrográficas do Paraná e que a previsão de arrecadação é de R$ 20 milhões por ano. “A legislação estabelece que os recursos arrecadados só poderão ser investidos em ações para a recuperação das bacias hidrográficas em que são gerados”, completa Everton.
FIEP
A Fiep vai reunir, nos próximos dias, representantes dos 20 maiores usuários da água da Bacia do Alto Iguaçu para debater sugestões relacionadas ao modo e a implementação da cobrança.
Irineu acredita que a cobrança feita por outorga não estimula o uso racional dos recursos hídricos. Como exemplo, ele cita o caso de uma indústria com outorga para utilizar 500 mil litros de água por mês. “Por que ela usaria menos, se paga por 500 mil litros?”, questiona Roveda. “Estamos estudando a viabilidade da instalação de hidrômetros nas indústrias para que os empresários possam mensurar o quanto estão gastando e o quanto vão pagar. Assim, as empresas irão rever a sua forma de consumo”, avalia.