CNI inicia articulação para melhorar formação de brasileiros para o mundo do trabalho

Entidade vê educação como base para mudança no patamar de produtividade do país. Documento com agenda da indústria para a política será divulgado em setembro

Imagem: CNI

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançará, em setembro, o documento Educação para o Mundo do Trabalho, que reunirá propostas do setor para o sistema educacional brasileiro. Nele, será apresentado um amplo diagnóstico sobre como a baixa qualidade da educação básica impacta a produtividade do país e também uma série de soluções, de curto prazo, para essa realidade.

Nos próximos meses, o conteúdo será discutido pelas federações das indústrias nos estados e por especialistas. O objetivo é reunir o maior número de atores qualificados em torno da proposta. O diálogo Educação para o Mundo do Trabalho, a ser realizado no dia 29 de maio, na sede da CNI em Brasília (DF), inicia o debate público sobre o tema. Haverá transmissão ao vivo aqui pelo Portal da Indústria, a partir das 9h30. O link estará disponível na página inicial do portal.

Desse debate participarão o diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi; o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Marco Antonio de Oliveira; o professor da Universidade de São Paulo José Pastore; o conselheiro do Todos Pela Educação Luis Norberto Pascoal; o membro do Conselho Nacional da Educação Mozart Neves Ramos; e o professor da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul Ricardo Martins. A mediação será feita pelo jornalista especialista em educação Demétrio Weber. Antes do debate, será apresentado o estudo Educação para o Trabalho: Desenhando um Sistema que Funcione, elaborado pela McKinsey Company.

A educação para o mundo do trabalho – diz a proposta do documento – é aquela que, de fato, oferece ao jovem conhecimentos, competências e habilidades indispensáveis ao desenvolvimento pessoal, como cidadão e como agente produtivo, contribuindo assim para que a indústria brasileira se insira em dinâmica de inovação e aumente sua competitividade no cenário internacional.

“Não podemos deixar que a maioria dos jovens de hoje não tenha uma educação que os prepare para o mercado de trabalho”, afirma o diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi. Ele destaca que a transformação demográfica, pela qual o Brasil passa, reforça esse desafio. Segundo o IBGE, o número de pessoas que compõe a população economicamente ativa é maior que a quantidade de pessoas que depende dela. Somente até 2025, a maior parte da população brasileira estará produzindo e o número de pessoas que depende dela será menor.

Com a mudança desse quadro – explica Lucchesi – não se pode perder tanta gente. “É importante então preparar melhor quem vai ingressar no mercado de trabalho”, diz.

URGÊNCIA – A ênfase das ações da iniciativa liderada CNI será na proficiência em português e matemática e na ampliação da oferta de educação profissional de média e alta qualificação para quem está na fase de transição escola-trabalho (jovens entre 18 e 24 anos) e dos trabalhadores atualmente empregados na indústria.

De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), em 2011, 5,6 milhões de trabalhadores da indústria não possuíam nível médio de escolaridade. As ações de reforço escolar em português e matemática e da melhoria da qualificação profissional junto a esse público possibilitará ganhos de produtividade.

Já o público de jovens entre 18 e 24 anos será dividido em dois grupos: os que estão cursando o ensino médio e os que têm ensino médio completo ou incompleto e não trabalham e nem estudam, a chamada geração “nem nem”. É nessa faixa etária que se registra a maior taxa de desemprego na população adulta (12,9%), segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (maço/2013) do IBGE. É quase o triplo da faixa etária de 25 a 49 anos (4,7%).

CONSTRUÇÃO – A elaboração do documento final prevê a realização de 27 encontros estaduais com o objetivo de sensibilizar parceiros locais para as ações. Entre eles estão as empresas, os governos, os trabalhadores, os jovens, as escolas, as famílias e os meios de comunicação.

“Não é simples mobilizar um país do tamanho do Brasil para que se alcance padrões mínimos de qualidade educacional em prazo compatível com a urgência que a indústria nacional requer”, afirma Rafael Lucchesi. O foco nas ações emergenciais – destaca ele – não diminui a importância das metas de longo prazo, como as voltadas para a educação básica e o ensino superior.

Tanto é que o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, que reúne os dez fatores-chave para aumentar a produtividade e a competitividade, coloca a educação como pilar do desenvolvimento do setor na próxima década. A meta prevista no Mapa é de que, até 2022, o Brasil passe da 54ª posição do ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA/OCDE) para a 43ª. O ranking considera 65 países. Para isso, a nota média deverá passar de 401, em 2009, para 480, em 2021.

TRANSMISSÃO AO VIVO – O evento será transmitido ao vivo, aqui pelo Portal da Indústria, a partir das 9h30 desta quarta-feira (29). Um destaque com acesso à página de transmissão será publicado na capa do portal. Aguarde!

SERVIÇO:
Diálogo Educação para o Mundo do Trabalho
Data: quarta-feira, 29 de maio
Horário: das 9h30 às 13h
Local: Sede da CNI (SBN, Qd. 1, bl. C) no 15º andar – Brasília (DF)

Fonte: Portal da Indústria