Indústria e governo estão atentos à competitividade do setor de gás natural

gás naturalTanto o governo quanto a iniciativa privada estão estudando medidas e estratégias de ampliação da competitividade do gás natural brasileiro, considerado um setor-chave para o fornecimento de energia e de insumo para a indústria. Mostra disso foi a realização do workshop O Gás Natural Como Matéria-Prima e Fonte de Energia, pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), no último dia 10, no Rio de Janeiro. Um dos consensos do evento é a importância de ampliação de uma demanda regular do gás natural nacional, que hoje é consumido de forma flexível, seguindo especialmente a variação do fornecimento de energia pelas usinas hidrelétricas.

Representantes da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) também participaram do workshop, tendo em vista que a política industrial do governo federal – o Plano Brasil Maior – trata, entre outras coisas, de matérias-primas para o setor químico. “Buscamos a implantação de uma política de longo prazo para viabilizar o uso de gás natural como insumo da indústria em condições mais competitivas”, detalha a responsável pelo projeto de Química da ABDI, Junia Motta.

Definir o papel do gás na expansão do sistema elétrico brasileiro, que hoje tem um viés hídrico, é estratégico para as cadeias produtivas que utilizam o produto como matéria-prima. “A quantidade de gás natural nacional que poderá ser ofertado para a indústria, no curto e médio prazo, vai depender do tamanho da demanda do setor elétrico”, afirmou o diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Florival Carvalho.

Para o presidente da Petra Energia, Winston Fristsch, a oferta de gás em terra tem um papel muito importante nesse debate. “A produção on shore pode ser uma ponte estratégica, principalmente no curto prazo, até que a extração de gás do pré-sal seja uma realidade. Mas não podemos planejar a oferta por gás sem planejar a demanda”.

A demanda regular de gás natural pode viabilizar maiores investimentos e projetos no setor e, consequentemente, ampliar sua competitividade. “Com isso, também poderemos aumentar a capacidade de conhecimento sobre as bacias que abrigam a matéria-prima e ampliar ainda mais a oferta”, disse Carvalho. Na avaliação de Fritsch, as principais variáveis a serem trabalhadas para estimular o setor no curto prazo são o preço e a logística de transporte do gás.

Dados da Petrobras apresentados no evento pelo gerente-geral de marketing da empresa, Carlos Arentz, indicam que as reservas de gás natural no Brasil cresceram 109% entre 2000 e 2012, saltando de 220 para 459 bilhões de m3. Por sua vez, a produção nacional aumentou 94% nesse período, passando de 36,3 para 70,6 milhões de m3/dia. A previsão da estatal é de que a demanda aumente cerca de 5% entre 2013 e 2017 (subindo de 44 para 46 milhões de m3/dia) e, posteriormente, cresça mais cerca de 15%, de 2017 a 2020 (saltando de 46 para 53 milhões de m3/dia).

Fonte: Assessoria de Comunicação Social da ABDI