
Selo do Programa Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos (PPCPO).Arte: Divulgação Tecpar
Para atender o programa paranaense de certificação de produtos orgânicos, o Tecpar Cert – a unidade certificadora do Instituto de Tecnologia do Paraná – vai promover, de 24 a 28 de junho, um curso para 20 bolsistas que atuam nos núcleos de agroecologia das instituições parceiras espalhadas em todas as regiões do Estado. Eles serão capacitados para auxiliar os produtores a se adequarem à regulamentação da certificação de produtos orgânicos. Numa segunda etapa, vão atuar também como auditores nos demais núcleos.O Tecpar é atualmente o maior certificador de produtos orgânicos no Paraná, atuando também em outros estados e países por meio de parcerias. A Tecpar Cert tem seu principal foco no fomento à agricultura familiar, coordenando o Programa Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos. O Paraná tem 100 mil pequenos produtores, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Destes, cerca de 6,5 mil produzem orgânicos, conforme levantamento do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
“Queremos apoiar e ampliar esse segmento, o que exige mais trabalho e recursos”, diz o gerente de certificação de produtos e coordenador do Pograma de Ogânicos, Fábio Corrales. Contando com a parceria das universidades estaduais, da Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR) de Pato Branco e do Centro Paranaense de Referência em Agroecologia, o programa, financiado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, subsidia a certificação das propriedades, compulsória conforme prevê regulamentação publicada pelo Ministério da Agricultura em outubro de 2011.
O curso terá duração de 40 horas e será ministrado pela empresa Academia Tecnológica de Sistemas de Gestão, na sede do Tecpar. Mais dois cursos estão previstos para o ano que vem. A meta é chegar a 60 profissionais, explica Corrales. “No início, o programa previa atender até 400 famílias, mas percebemos que a demanda é muito maior e podemos chegar a mil famílias, dependendo dos recursos que tivermos”, diz ele.
SELO OBRIGATÓRIO
Com a publicação da Instrução Normativa n° 46 pelo Ministério da Agricultura, qualquer produto dito orgânico, para entrar no país, precisa ser certificado de acordo com essa regulamentação, desde a matéria-prima até o produto final e ostentar o selo “Orgânico Brasil”. A unidade de certificação do Tecpar, criada em 1997, foi o primeiro organismo credenciado junto ao ministério, em 2011, no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica.Atualmente, o instituto certifica alguns dos mais importantes vinhedos e vinhos orgânicos do Chile para entrada no Brasil. São vinhos das uvas Cabernet, Carmenere, Pinot noir, Chardonnay e Sauvignon Blanc, que só podem ser comercializados como orgânicos em território nacional se ostentarem o selo do Ministério da Agricultura (Orgânico Brasil).
Além dos vinhos, o Tecpar Cert também está certificando a quinoa e a kiwicha (amaranto, planta sagrada dos incas e tida como o produto vegetal mais completo em termos de nutrição) produzidas no Peru e comercializadas no mercado brasileiro.
No Brasil, o Tecpar certifica o café produzido por cooperativas e por grandes produtores de Minas Gerais e, ainda, as castanhas do Brasil produzidas pela empresa Econut, em Itacoatiara, no Amazonas, entre outros produtos.
No Paraná, o instituto certifica a produção orgânica da avícola Gralha Azul, em Francisco Beltrão, e as hortaliças produzidas pela Chácara Sabores da Natureza, em Colombo. Ambos fornecem para as grandes redes de supermercados no Estado.
A certificação basicamente dos pequenos produtores paranaenses é feita basicamente em produtos da olericultura, grãos, adubos, melado de cana-de-açúcar, açúcar mascavo, geléias, picles, conservas, temperos, chás e condimentos.
CONVÊNIOS COM PREFEITURAS
A Tecpar Cert mantém ainda convênios com as prefeituras de São José dos Pinhais e de Araucária para certificação de orgânicos produzidos nesses municípios. Foi para um produtor de São José dos Pinhais que o instituto emitiu seu primeiro certificado, em 2004. “Queremos também estender esses convênios para as prefeituras do interior, promovendo um trabalho conjunto que amplie ainda mais a produção de orgânicos no Estado”, afirma Corrales.
Fonte: ANPr