A expansão do crédito do sistema financeiro, em maio, foi mais acentuada que no mês anterior, mostrando desempenho condizente com a evolução gradual da atividade econômica. Tal movimento foi sustentado principalmente pelas contratações com recursos direcionados, favorecidas pelo dinamismo dos créditos imobiliário, rural e dos financiamentos do BNDES destinados à infraestrutura. O mercado de crédito segue apresentando condições favoráveis, determinadas por reduções das taxas de juros e dos spreads bancários e contenção da inadimplência.
Nesse contexto, o saldo total de empréstimos e financiamentos, com recursos livres e direcionados, alcançou R$2.487 bilhões em maio, após elevações de 1,5% no mês e 16,1% em doze meses, passando a representar 54,7% do PIB, ante 54,3% em abril e 50,3% em maio de 2012. Os créditos a pessoas físicas somaram R$1.142 bilhões, crescendo 1,6% no mês e 16,4% em doze meses e os destinados a pessoas jurídicas, R$1.345 bilhões, expandindo-se 1,4% e 15,8% nos mesmos períodos.
As concessões de crédito efetuadas com recursos livres e direcionados, referentes aos valores desembolsados no mês, alcançaram R$314 bilhões em maio, com acréscimo de 5,4% no mês. Esse resultado refletiu, basicamente, o incremento de 9,3% nas contratações de pessoas jurídicas, que totalizaram R$164 bilhões, salientando-se as elevações registradas nas modalidades de capital de giro com prazo superior a 365 dias, adiantamentos sobre contratos de câmbio (ACC) e financiamentos para investimento com recursos do BNDES. No segmento de pessoas físicas, estimuladas pelo aumento das operações com cartão de crédito, as concessões cresceram 1,3% no mês, para R$150 bilhões.
O saldo das operações com recursos livres alcançou R$1.432 bilhões em maio (31,5% do PIB), com incrementos de 1,2% no mês e 10,4% em doze meses, correspondendo a 57,6% da carteira total do sistema financeiro, ante 60,5% em igual período de 2012. O resultado mensal traduziu as elevações respectivas de 1,3% e 1% nas carteiras de pessoas jurídicas, saldo de R$718 bilhões, e nas operações com pessoas físicas, que totalizaram R$714 bilhões. No segmento corporativo, destacaram-se os aumentos relativos às modalidades capital de giro e ACC e, nas carteiras de pessoas físicas, os acréscimos referentes a crédito pessoal e cartão de crédito à vista.
O crédito direcionado atingiu saldo de R$1.055 bilhões em maio (23,2% do PIB), ao crescer 2% no mês e 24,7% em doze meses. Os empréstimos a pessoas físicas elevaram-se 2,7% no mês, com saldo de R$428 bilhões, mantendo-se os destaques para os financiamentos imobiliário e rural, ambos com incrementos de 2,9%. Os créditos destinados a empresas somaram R$627 bilhões, após aumento de 1,6% no mês, decorrente, principalmente, dos crescimentos respectivos de 2,5%, 2% e 1,8% verificados nas modalidades crédito imobiliário, financiamentos para capital de giro e para investimentos com recursos do BNDES. No âmbito das pessoas jurídicas, as concessões do BNDES – que não consideram os desembolsos do BNDESPAR – avançaram 7% no mês, com volume de R$17,1 bilhões, acumulando R$65 bilhões de janeiro a maio, valor 71,1% superior ao registrado em igual período de 2012, com relevância para os financiamentos voltados para infraestrutura.
Os estoques das operações de crédito das instituições financeiras públicas, privadas nacionais e estrangeiras totalizaram, na ordem, R$1.229 bilhões, R$867 bilhões e R$391 bilhões em maio, com expansões mensais respectivas de 2,2%, 0,8% e 1,1%. Em decorrência, as participações relativas alcançaram, na ordem, 49,4%, 34,9% e 15,7% do total da carteira de empréstimos do sistema financeiro, comparativamente a 44,7%, 38,2% e 17,1% observadas em igual período do ano anterior.
Os empréstimos ao setor privado avançaram 1,6% no mês, situando-se em R$2.360 bilhões em maio. Em termos setoriais, as operações destinadas ao segmento outros serviços, beneficiadas principalmente pelo crédito ao setor de transporte aéreo, aumentaram 2,5% no mês, ao totalizar R$410 bilhões. Os créditos para a indústria, impulsionados pelos ramos de energia, celulose e papel e agroindústria, somaram R$476 bilhões, elevando-se 1,4% no mês. Os financiamentos imobiliários, envolvendo operações com pessoas físicas e jurídicas, mantiveram o forte ritmo dos meses anteriores, expandindo-se 2,9% no mês e 33,8% em doze meses, ao atingir saldo de R$336 bilhões, equivalente a 7,4% do PIB, ante 5,9% em maio de 2012. O crédito rural, favorecido pela demanda de custeio e investimento agrícolas, cresceu 1,2% no mês, para R$177 bilhões.
Fonte: Ascom/Banco Central
