Setor produtivo diz que inflação já reduz poder de compra do trabalhador

Governador Beto Richa, acompanhado pelo secretário chefe de Gabinete, Deonilson Roldo, secretário da Casa Civil, Reinhold Stephanes, secretário de Governo, César Silvestri, presidente da ALEP, deputado Valdir Rossoni, deputado Ademar Traiano e demais autoridades, se reúne com os membros do Grupo G7, formado pelos presidentes das seguintes entidades: ACP, FECOMÉRCIO, FAEP, FACIAP, FIEP, OCEPAR e FETRANSPAR.Curitiba, 26/06/2013Foto: Ricardo Almeida / ANPr

Governador Beto Richa reuniu-se com os membros do Grupo G7, formado pelos presidentes das entidades: ACP, FECOMÉRCIO, FAEP, FACIAP, FIEP, OCEPAR e FETRANSPAR. Foto: Ricardo Almeida / ANPr

Presidentes das entidades do setor produtivo paranaense, que compõem o G7, disseram nesta quarta-feira (26/06) ao governador Beto Richa, durante reunião no Palácio Iguaçu, que estão preocupados com a volta da inflação e com a instabilidade econômica brasileira. O grupo questiona os índices inflacionários apresentados pelo governo federal e afirma que a alta de preços já causa queda do poder aquisitivo do trabalhador brasileiro.

Richa ressaltou que a perda de vitalidade da economia do Brasil se dá pela falta de visão estratégica. “A União colocou a perder toda a estabilidade econômica conseguida com o Plano Real. Hoje, a economia está sucumbindo pela falta de visão estratégica do País, que renegou os investimentos em infraestrutura à enésima prioridade”, disse o governador.O governador Beto Richa disse que o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu apenas 0,6%, exemplifica as dificuldades do governo federal em lidar com o atual cenário econômico nacionai. “Um desempenho pífio, que só não foi negativo graças ao agronegócio”, finalizou.

A reunião contou com a presença dos presidentes da Federação do Comércio do Estado do Paraná (Fecomércio), Darci Piana; da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguetti; da Federação das Empresas de Transportes de Cargas do Paraná (Fetranspar), Sérgio Malucelli; da Associação Comercial do Paraná (ACP), Edson Ramon; da Federação das Associações Comerciais e Empresarias do Estado do Paraná (Faciap), Rainer Zielasko; do vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Hélio Bampi; e do superintendente do Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), José Roberto Ricken.

“A inflação é uma realidade no Brasil e o carrinho do supermercado já não é o mesmo para o trabalhador. As vendas estão caindo e as demissões podem acontecer. Temos que ter o equilíbrio e tentar ao máximo evitar aumentar os produtos e o corte de mão de obra”, disse Darci Piana, da Fecomércio.

A opinião do presidente da ACP, Edson Ramon, também revela precaução. “Com a perda do poder aquisitivo, resultante da inflação, estamos sentindo uma quebra no comércio. Precisamos urgente dar uma direção para que a situação não fuja do controle”, disse.

Ágide Meneguetti, da Faep, também disse que o setor agrícola está temeroso com a situação da economia brasileira, principalmente com a inflação e a alta do dólar. Ele comentou ainda as manifestações da população e criticou as prioridades de investimentos definidas pela União.

“Isso não é um problema de agora, é resultado de anos atrás quando o Brasil recebeu muito dinheiro e não aplicou em obras estruturantes. Vimos apenas a União aumentando as receitas e inchando a máquina pública”, criticou.

O posicionamento da Fiep é que o setor industrial também tem tido dificuldades com os problemas logísticos e a alta tributação. Apesar de ter no Paraná os melhores indicadores do Brasil, a indústria local tem apresentado seguidas quedas na produção.

Segundo Sérgio Malucelli, da Fetranspar, a principal dificuldade do setor é com relação à infraestrutura viária. Ele avaliou também a situação econômica do setor. “Estamos preocupados porque quando o comércio e a indústria não crescem o setor de transporte é prejudicado. Estamos sentindo isso com uma grande quantidade de caminhões nos pátios por falta de cargas”, disse.

MANIFESTAÇÕES – José Roberto Ricken, da Ocepar, atribuiu as manifestações ocorridas em todo o Brasil também aos elevados índices inflacionários. “Com certeza, os números não são os indicados pelo governo federal. É visível que a população perdeu o poder aquisitivo e não tem condições de arcar com os compromissos financeiros assumidos”, avaliou Ricken. “Precisamos de uma posição urgente”, disse.

O presidente da Federação da Agricultura do Paraná, agradeceu o apoio do governo estadual no fortalecimento da agricultura do Estado. “Queremos deixar claro que o diálogo com o homem do campo hoje é uma realidade no Paraná. Tudo que pedimos ao governador quando era candidato esta sendo cumprido”, avaliou.

Fonte: ANPr