
Governador Beto Richa reuniu-se com os membros do Grupo G7, formado pelos presidentes das entidades: ACP, FECOMÉRCIO, FAEP, FACIAP, FIEP, OCEPAR e FETRANSPAR. Foto: Ricardo Almeida / ANPr
Presidentes das entidades do setor produtivo paranaense, que compõem o G7, disseram nesta quarta-feira (26/06) ao governador Beto Richa, durante reunião no Palácio Iguaçu, que estão preocupados com a volta da inflação e com a instabilidade econômica brasileira. O grupo questiona os índices inflacionários apresentados pelo governo federal e afirma que a alta de preços já causa queda do poder aquisitivo do trabalhador brasileiro.
Richa ressaltou que a perda de vitalidade da economia do Brasil se dá pela falta de visão estratégica. “A União colocou a perder toda a estabilidade econômica conseguida com o Plano Real. Hoje, a economia está sucumbindo pela falta de visão estratégica do País, que renegou os investimentos em infraestrutura à enésima prioridade”, disse o governador.O governador Beto Richa disse que o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu apenas 0,6%, exemplifica as dificuldades do governo federal em lidar com o atual cenário econômico nacionai. “Um desempenho pífio, que só não foi negativo graças ao agronegócio”, finalizou.
A reunião contou com a presença dos presidentes da Federação do Comércio do Estado do Paraná (Fecomércio), Darci Piana; da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguetti; da Federação das Empresas de Transportes de Cargas do Paraná (Fetranspar), Sérgio Malucelli; da Associação Comercial do Paraná (ACP), Edson Ramon; da Federação das Associações Comerciais e Empresarias do Estado do Paraná (Faciap), Rainer Zielasko; do vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Hélio Bampi; e do superintendente do Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), José Roberto Ricken.
“A inflação é uma realidade no Brasil e o carrinho do supermercado já não é o mesmo para o trabalhador. As vendas estão caindo e as demissões podem acontecer. Temos que ter o equilíbrio e tentar ao máximo evitar aumentar os produtos e o corte de mão de obra”, disse Darci Piana, da Fecomércio.
A opinião do presidente da ACP, Edson Ramon, também revela precaução. “Com a perda do poder aquisitivo, resultante da inflação, estamos sentindo uma quebra no comércio. Precisamos urgente dar uma direção para que a situação não fuja do controle”, disse.
Ágide Meneguetti, da Faep, também disse que o setor agrícola está temeroso com a situação da economia brasileira, principalmente com a inflação e a alta do dólar. Ele comentou ainda as manifestações da população e criticou as prioridades de investimentos definidas pela União.
“Isso não é um problema de agora, é resultado de anos atrás quando o Brasil recebeu muito dinheiro e não aplicou em obras estruturantes. Vimos apenas a União aumentando as receitas e inchando a máquina pública”, criticou.
O posicionamento da Fiep é que o setor industrial também tem tido dificuldades com os problemas logísticos e a alta tributação. Apesar de ter no Paraná os melhores indicadores do Brasil, a indústria local tem apresentado seguidas quedas na produção.
Segundo Sérgio Malucelli, da Fetranspar, a principal dificuldade do setor é com relação à infraestrutura viária. Ele avaliou também a situação econômica do setor. “Estamos preocupados porque quando o comércio e a indústria não crescem o setor de transporte é prejudicado. Estamos sentindo isso com uma grande quantidade de caminhões nos pátios por falta de cargas”, disse.
MANIFESTAÇÕES – José Roberto Ricken, da Ocepar, atribuiu as manifestações ocorridas em todo o Brasil também aos elevados índices inflacionários. “Com certeza, os números não são os indicados pelo governo federal. É visível que a população perdeu o poder aquisitivo e não tem condições de arcar com os compromissos financeiros assumidos”, avaliou Ricken. “Precisamos de uma posição urgente”, disse.
O presidente da Federação da Agricultura do Paraná, agradeceu o apoio do governo estadual no fortalecimento da agricultura do Estado. “Queremos deixar claro que o diálogo com o homem do campo hoje é uma realidade no Paraná. Tudo que pedimos ao governador quando era candidato esta sendo cumprido”, avaliou.
Fonte: ANPr