Pesquisa da CNI mostra que a atividade industrial recuou em maio depois de dois meses de forte crescimento
Depois de dois meses consecutivos de alta, o faturamento da indústria caiu 0,5% em maio na comparação com abril, na série livre de influências sazonais. No mesmo período, as horas trabalhadas na produção recuaram 3,6%, o emprego teve queda de 0,2% e o nível de utilização da capacidade instalada caiu 0,7 ponto percentual e ficou em 82,2%. As informações são da pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta segunda-feira, 8 de julho, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Mesmo com a retração da atividade, a massa real de salários aumentou 0,5% em maio frente a abril, na série com ajuste sazonal. “É o quarto crescimento seguido nessa base de comparação”, afirma a pesquisa. O rendimento médio real aumentou 0,1% em maio e ficou praticamente estável em relação a abril.
“A recuperação que se apresentava forte nos indicadores de abril, frente ao mesmo mês do ano anterior, perdeu a intensidade em maio”, observa a CNI. Os Indicadores Industriais mostram que poucos setores tiveram desempenho positivo em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado. O faturamento cresceu em 13 dos 21 setores pesquisados. As horas trabalhadas na produção aumentaram em nove setores, e o nível de utilização da capacidade instalada teve expansão em 12.
“Os dados mostram que há muita volatilidade nos indicadores da atividade industrial. A indústria vai crescer menos do que o esperado”, disse o economista da CNI Marcelo de Ávila. Ele lembrou que a CNI revisou para baixo as expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) do país e da indústria. Conforme as novas previsões, divulgadas na última quinta-feira, 4 de julho, o PIB do Brasil crescerá 2% e o PIB industrial terá expansão de 1% neste ano.
ANÁLISE SETORIAL – A indústria do vestuário foi a que teve um dos melhores desempenhos. O faturamento no setor aumentou 5,6% e as horas trabalhadas na produção cresceram 5,8% em maio frente a maio de 2012. Na mesma base de comparação, a utilização da capacidade instalada teve alta de 2,1 pontos percentuais, a maior elevação entre os 21 setores pesquisados.
No setor de impressão e reprodução, a maioria dos indicadores recuou em maio na comparação com o mesmo mês de 2012. O faturamento caiu 14,9%, as horas trabalhadas na produção recuaram 2,4%, e o emprego diminuiu 6,1%. “Entretanto, a massa salarial continua crescendo, o que traz pressões de aumento de custos para o setor”, avalia os Indicadores Industriais. Os salários na indústria de impressão e reprodução aumentaram 2,5% em maio frente a maio de 2012.
Fonte: Portal da Indústria

