CNI defende melhor combinação de política fiscal e monetária para combater a inflação

Indústria avalia que IPCA acima do limite máximo da meta justifica a elevação de 0,50 ponto percentual nos juros. Mas alerta que todo o ônus do controle dos preços não pode recair sobre o setor produtivo

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A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de aumentar os juros básicos da economia para 8,5% ao ano está dentro das expectativas. O cenário inflacionário preocupante, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acima do teto da meta, justifica a ação dos condutores da política monetária, avalia a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Conforme a CNI, a recente desvalorização cambial acrescenta uma dimensão nova a um cenário já negativo, gerando maior pressão inflacionária. A ligeira desaceleração nos preços administrados ocorre por desonerações pontuais, com efeito apenas de curto prazo, uma vez que não se repetirão.

“Posto que a política fiscal não é efetiva para o controle inflacionário – os gastos do governo continuam se expandindo –, acentua-se a necessidade de atuação pela via da política monetária. Contudo, não se pode negligenciar os efeitos negativos da elevação dos juros sobre a recuperação econômica”, afirma a instituição.

Por isso, a CNI alerta que é necessária uma revisão da combinação de políticas e uma readequação do ritmo de expansão dos gastos públicos às necessidades da estabilização, de modo a gerar condições de um ciclo de juros menos intenso e evitar que todo o ônus do controle inflacionário recaia sobre o setor produtivo.

Fonte: Portal da Indústria