FATOS POLÍTICOS RECENTES (e Análise da Conjuntura)

SUMÁRIO

Alimentos baixam a taxa de inflação de julho =/= Visita do Papa pede segurança reforçada =/= Recesso parlamentar traz trégua aos meios políticos =/= Comissão de Reforma Política instalada =/= Brasil aumenta produção de trigo =/= Curitiba quer 3 bi para levar metrô até o Cabral.

1. NOTÍCIA BOA

– DO BRASIL:

Do Brasil – A prévia de inflação para o mês em curso baixou para 0,24%, ante a taxa de 0,54% em junho. Segundo a Fundação Getúlio Vargas a influencia principal foi da redução dos preços dos alimentos, após as fortes elevações do primeiro semestre. Mas tanto a FGV como o Banco Central (na ata de sua reunião da semana passada) alertam que a pressão sobre preços vai continuar para o final do ano, sendo necessário enfrentá-la mediante ajuste na taxa de juros.

2. VISITA DO PAPA

OS FATOS

A próxima semana assinalará a vinda do papa Francisco ao Brasil, para o evento católico “Jornada Mundial da Juventude”, que está atraindo milhares de visitantes – principalmente das novas gerações. Será a primeira viagem externa do novo pontífice, que deverá percorrer o eixo Rio de Janeiro – Aparecida do Norte (onde se situa o principal santuário da fé católica em nosso país). Para assegurar tranqüilidade ao evento, as autoridades federais e do Rio organizaram um plano de segurança de larga escala, envolvendo forças de terra, ar e mar, além de policiais e equipes de apoio de vários níveis (saúde, deslocamentos, prevenção de incêndios, alimentação, etc).

ANÁLISE

O aparato de prevenção é importante para prevenir situações que venham a comprometer a tranqüilidade da visita e a imagem externa do Brasil. Tais cuidados devem ser redobrados após as ocorrências das últimas semanas, que mostraram uma situação de limite na capacidade da polícia estadual conter distúrbios generalizados.

3. TRÉGUA PARLAMENTAR

OS FATOS

O recesso parlamentar de julho foi festejado nos meios políticos. Ele vai propiciar uma trégua na escalada de desencontros que vinham se registrando entre os ramos do poder, notadamente entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. Desdobramento das manifestações públicas de junho último, tais conflitos na abordagem da questão popular estão opondo a cúpula do Governo Federal e as lideranças do Congresso, em temas como a convocação de um plebiscito sobre reformas, adoção de um orçamento impositivo e até a presença de médicos na área da saúde pública. No entremeio, foi instalada na Câmara dos Deputados (por onde começa o processo legislativo) a Comissão Especial de Reforma Política.

ANÁLISE

Segundo analistas da cena nacional na raiz dos atritos estão diferentes concepções de organização política mas sobretudo, a busca de espaços de sobrevivência no pleito geral de 2014. Por isso, enquanto a equipe da presidente Dilma quer dar uma resposta imediata às pressões das ruas – como a proposta de um plebiscito para sancionar reformas urgentes – os parlamentares examinam a questão com mais vagar para torná-la válida apenas para a eleição de 2018. No entremeio, sugestões como a mudança da forma de representação,  financiamento das campanhas, fim das reeleições para cargos executivos e – como remate oriundo do PMDB, a redução do numero de ministérios ainda neste ano.

4. FORA DO MERCOSUL

OS FATOS

Primeiro três países do bloco – Argentina, Uruguai e Brasil – decretaram a suspensão do Paraguai do Mercosul, sob alegação de que o país vizinho teria violado a cláusula democrática ao afastar de forma um tanto intempestiva o presidente Lugo. Em seguida admitiram no arranjo regional de comércio o governo da Venezuela (ingresso ao qual o Paraguai se opunha sob o mesmo argumento – a Venezuela não é democrática). Agora, eleito um novo governo em Assunção, o Paraguai é convidado a retornar ao Mercosul. Mas surge um imprevisto: o novo presidente guarani, Horácio Cartes, declara preferir aguardar de fora, porque a presidência rotativa do bloco foi confiada justamente à Venezuela.

ANÁLISE

O impasse deverá continuar até o final do ano, com o novo governo paraguaio se reservando o direito de examinar a conveniência de retorno pleno apenas depois do fim do mandato temporário do governo de Caracas. Observadores avaliam que no entretempo, o Paraguai estuda a conveniência de se aproximar de outro pacto regional, a Aliança do Pacífico – formada por países mais alinhados com mais abertura internacional do que os membros fortemente protecionistas do Mercosul.

MISCELÂNEA

Enquanto continuam repercutindo suas denuncias de monitoramento eletrônico ilegal executado pelo governo dos Estados Unidos, o ex-técnico da CIA, Edward Snowden, acabou pedindo asilo temporário para a Rússia – onde já se encontra na zona internacional do aeroporto de Moscou. Por outro lado entidades vinculadas às liberdades civis americanas pediram a uma corte federal a cessação da espionagem sobre os cidadãos, por violar a Constituição do país. E o Brasil, ao lado de outros membros, quer uma agencia da ONU – a União Internacional de Telecomunicações – passando a exercer a governança da internet.

MISCELÂNEA (II)

Presidente Dilma Rousseff, que visitou o Paraná na semana, fez pronunciamento para um conselho de empresários e lideranças sociais, assegurando que as contas públicas (e a inflação) estão sob controle =/= Prefeito Fernando Haddad, de São Paulo, expôs a situação crítica de estados e municípios brasileiros em face da concentração de rendas tributárias na União. Segundo ele, sem revisar o índice de correção da divida publica a metrópole paulistana “ficará ingovernável”.

MISCELÂNEA (III)

Escassez prevista para o estoque mundial de trigo. Felizmente o Brasil aprendeu a lição: após três anos de redução, ampliou a área de plantio e deverá colher 5,6 milhões de toneladas do cereal – das quais 2,6 milhões no Paraná =/= Prefeitura de Curitiba reforçou projeto do metrô: vai pedir R$ 3,1 bilhões à União para puxar os trilhos até o bairro do Cabral.

Rafael de Lala,

Presidente da API – Associação Paranaense de Imprensa

 

Fonte:  Associação Paranaense de Imprensa