Pesquisa inédita da CNI revela que o Brasil precisa rever sistema de cobrança de impostos para estimular a internacionalização das empresas
EXCESSO DE TRIBUTOS – O principal obstáculo à internacionalização, segundo os empresários, é o modelo tributário brasileiro. Concebido para um país importador de capitais, o sistema onera as empresas que investem no exterior, aponta a pesquisa da CNI.
Na importação de serviços, por exemplo, incidem seis tributos que oneram em, pelo menos, 41,08% o valor da operação. São eles o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para o Financiamento para a Seguridade Social (COFINS), o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), a Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (CIDE) e, o mais importante, o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).
“A preocupação da CNI é fazer com que a indústria brasileira se fortaleça como player no mercado externo. Para isso, são necessárias mudanças urgentes e esforço coletivo dos setores privado e público. No quadro atual, a tendência é que o Brasil se mantenha correndo atrás de outros países em desenvolvimento que investem no exterior”, alerta o diretor de inovação da CNI, Paulo Mól.
“Nosso objetivo é buscar empresas que tenham perfil semelhante ao da Stefanini para darmos volume à empresa” – Marco Stefanini
DIVERSIFICAÇÃO – Os investimentos diretos no exterior das empresas brasileiras são diversificados em distribuição geográfica. Os entrevistados apontaram investimentos em 44 países e em todos os continentes, a maioria na América do Sul. A motivação pode estar relacionada com a necessidade de estar próximo dos clientes.
Referência no setor de Serviços em Tecnologia da Informação, a brasileira Stefanini começou pela Argentina o processo de internacionalização, com a abertura de uma filial no país vizinho em 1996. Hoje, a Stefanini está presente em 31 países e tem 16 mil funcionários – 40% deles no exterior. De acordo com o presidente da empresa, Marco Stefanini, os principais alvos para investimentos são os Estados Unidos e Europa.
“O mercado de TI americano, e mesmo o europeu, é dez vezes maior que o brasileiro. Ao expandir os negócios no exterior, nosso objetivo é buscar empresas que tenham perfil semelhante ao da Stefanini para darmos volume à empresa”, afirma Marco Stefanini. Entre 2012 e 2014, a empresa planeja investimentos de R$ 300 milhões, metade destinada aos negócios fora do Brasil.
Fonte: Portal da Indústria