A desaceleração chinesa e os desafios para América Latina são avaliados pelo IPEA

Especialistas minimizam a redução da média de crescimento do país asiático e seus efeitos para o mercado internacional de commodities. Eles apontam que medidas de incentivo do consumo doméstico manterão a demanda por esses produtos em um nível alto, mas exigirão que países latino-americanos diversifiquem sua pauta de exportações

A China tirou o pé do acelerador. Se o planejamento governamental e as previsões econômicas estiverem corretos, o crescimento médio de 10% ao ano das últimas décadas  deve se estabilizar no patamar de um dígito nos próximos anos, algo entre 7% e 8%.

Um Produto Interno Bruto (PIB) menor significa redução da taxa de investimentos produtivos por parte do governo chinês. O temor é que essa nova realidade tenha um impacto negativo na economia dos países emergentes, entre eles os do continente sul-americano. Especialistas, no entanto, minimizam tanto a desaceleração da China quanto suas consequências para o mercado internacional de commodities, principal modalidade de importação do gigante asiático.

Assinalam que o ritmo de crescimento chinês seguirá muito forte e que sua nova ênfase em medidas de incentivo do consumo doméstico manterá a demanda por esses produtos em um nível alto.“É preciso deixar claro que essa redução no ritmo de crescimento chinês para cerca de 7% ao ano é perseguida desde 1999. O crescimento de 9% a 11% impunha à China tensões de todo tipo, sobre matérias-primas, transportes, salários, preços e inflação”, explica Wladimir Pomar, escritor e consultor empresarial especializado em China. “Em termos absolutos, o crescimento chinês continuará muito grande”, diz ele.

O economista Paulo Passarinho, ex-presidente do Conselho Regional de Economia  do Rio de Janeiro, por sua vez, lembra que se deve levar em conta que crescer 10% ao ano sobre uma base muito pequena é bem diferente que crescer 7% sobre a base do hoje segundo maior PIB do mundo.

Leia  na íntegra a avaliação publicada na Revista IPEA:

http://www.ipea.gov.br/portal/images/boletim_2013/pdf/desafios076_pag_79_85.pdf

Fonte: IPEA