FATOS POLITICOS RECENTES & ANÁLISE DA CONJUNTURA

SUMARIO:

Brasil vai estimular a energia limpa das PCHs =/= Na reforma política retorna proposta do plebiscito =/= Retirada de político boliviano apoiada pela opinião pública =/= Na economia o dólar alto reforça exportações brasileiras =/= Tambores da guerra estão soando contra a Síria =/= Datas cívicas marcam a semana no Paraná e no Brasil.

AGENDA:

– Hoje, dia 30, reunião conjunta da API e CEB, para formar a Comissão Organizadora do Evento 191 anos da independência do Brasil, e atualizar o debate sobre a Reforma Política. Local: sede da ASAALEP, Rua Voluntários da Pária, 475, sala 1012, a partir das 10,15 horas.

– Terça, dia 3, solenidade comemorativa dos 191 anos da independência (Semana da Pátria, 2013), com abertura do professor Ernani Costa Straube, presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná; mensagem alusiva do orador do Centro de Letras, doutor Nilton Carias de Oliveira e conferência do professor Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná. Local: sede do IHGPR, Rua José Loureiro, 43, Curitiba, às 17 horas.

1. NOTICIA BOA

– Do Brasil: o Governo, através do BNDES, vai lançar linha de financiamento para estimular as PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas), além da geração de energia da biomassa (a partir do bagaço de cana e outros resíduos vegetais). São energias limpas, que além de proteger o meio ambiente ainda criam emprego e renda nas comunidades do interior, um objetivo do desenvolvimento. As centrais desse tipo reduzem, por outro lado, a dependência de fatores sazonais que afetam as grandes hidrelétricas e a oferta de energia por geração térmica (carvão, óleo, etc), que são poluidoras e custam divisas pela importação de insumos. Em contrário, o novo apagão que atingiu estados do Nordeste.

2. PLEBISCITO RESSURGE

OS FATOS

Ao lado de pequenas legendas de esquerda o PT retomou a proposta de realização de um plebiscito para consultar a nação sobre itens da reforma política. Ao todo foram 188 assinaturas de deputados mas a apresentação da proposta foi feita pelo deputado José Guimarães, líder da bancada petista na Câmara Federal, que admitiu “longa jornada” para a tramitação da matéria, ressalvando que “o importante foi o gesto político” da obtenção das assinaturas. É que não há consenso sobre as três perguntas propostas para a sondagem do eleitorado: financiamento de campanhas, unificação de datas de eleições e participação popular para formulação de projetos de lei via internet.

ANÁLISE

Por outro lado o Senado adiou a discussão de pontos da reforma por falta de consenso em torno das sugestões: redução de prazo para campanhas, destinação de recursos do fundo partidário para outras finalidades além da formação política e similares. Ambas as iniciativas surgiram no calor das manifestações populares por mais racionalidade e desempenho no sistema público brasileiro, mas passam ao largo das questões fundamentais de uma reforma: o sistema eleitoral (manter o atual voto proporcional ou mudar para o sistema distrital, ou distrital misto, vedar coligações em pleitos não majoritários); reformular o sistema político-partidário para conferir densidade às agremiações partidárias, inclusive restaurando uma clausula de desempenho eleitoral mínimo; descentralizar a gestão pública no rumo de uma federação republicana e outras medidas adotadas por nações que aperfeiçoaram a governabilidade e desbancaram a corrupção endêmica nos meios políticos.

3. SEM EMBAIXADOR

OS FATOS

A diplomacia brasileira conseguiu retirar da Bolívia o senador oposicionista Roger Pinto de Molina, que estava asilado na Embaixada em La Paz há um ano e meio sem que o governo Evo Morales emitisse o salvo-conduto necessário para seu deslocamento até nosso país. Embora a operação tenha recorrido a métodos não ortodoxos, o senador Molina cruzou a fronteira em segurança e agora detém o “status” de refugiado provisório. Na esteira do fato, o Palácio do Planalto afastou o então ministro do Exterior, Antonio Patriota – substituído pelo chefe da missão na ONU, Luiz Figueiredo e suspendeu o diplomata que realizou o traslado.

ANÁLISE

Após o episódio o governo da Bolívia emitiu protesto e reclamou a entrega do refugiado, o que evidentemente o Brasil não poderia consentir por ferir o instituto do asilo político longamente respeitado pelos países em geral. Doutro lado as sanções internas soam em caráter protocolar, porque a retirada do político boliviano – em evidente situação de risco pessoal após um ano e meio confinado na representação brasileira – foi amplamente apoiada pelas lideranças parlamentares e pela opinião pública.

4. ECONOMIA PREOCUPA

OS FATOS

Na semana houve mais desdobramentos da questão econômica: as providencias do Banco Central, criando um “colchão de liquidez” para o fornecimento de dólares necessários à atenção de compromissos das empresas, reduziram as pressões sobre a cotação cambial – garantindo estabilidade para a relação dólar/real; a autoridade monetária elevou a taxa básica de juros internos (Selic) para 9% ao ano, sinalizando controle sobre a inflação e o governo assegurou viabilização de leilões em concessões de obras de infra-estrutura ao decidir a cobertura dos riscos bancários envolvidos nas ofertas de negócios.

ANÁLISE

Mesmo assim o país continua exposto às variações da conjuntura internacional, notadamente à recuperação da economia dos Estados Unidos, que por um movimento reflexo, está reduzindo a oferta de dólares e outras divisas. Mas paradoxalmente, com a elevação da cotação do dólar Vs. queda do real houve melhora nas exportações brasileiras, gerando saldo favorável na balança comercial do mês que termina.

MISCELANEA (I)

Tambores de guerra voltaram a soar em capitais acostumadas a essa diplomacia de feição bélica: Washington (Estados Unidos) e Londres (Reino Unido) se declaram prontas a fazer intervenção militar na Síria após episódio de mortes por armas químicas negado pelo governo sírio. Rússia e China protestam contra a ameaça, que se ocorrer não passará pelas Nações Unidas, repetindo o que ocorreu no Iraque. O Brasil também rejeita o recurso às armas, preferindo a diplomacia.

MISCELANEA (II)

No agronegócio, enquanto o clima seco dos EUA faz disparar o preço dos grãos, no Brasil as perdas do trigo com o frio deste inverno leva a problemas para o abastecimento alimentar. Outro paradoxo: por termos colhido milho demais (relativamente a safras anteriores) estamos com dificuldades no preço e no escoamento desse alimento – básico para a cadeira alimentar em outros países, mas aqui usado mais como componente de ração animal.

MISCELANEA (III)

Embora cuidadoso com o endividamento dos Estados, o governo federal sinaliza a liberação de parcela dos depósitos judiciais compulsórios para aliviar as finanças desses entes federados e dos municípios. Na mesma linha pleiteada pelo Governo do Paraná.

Datas cívicas:

 Ontem, dia 29 de agosto o Paraná celebrou os 160 da sanção da Lei Imperial nº 704 que em 1853 autorizou nossa emancipação provincial (instalação do primeiro governo, Zacarias, em 19 de dezembro); domingo, dia 1º de setembro serão abertos os festejos da Semana da Pátria (a culminarem dia 7), em comemoração aos 191 anos da independência do Brasil, ocorrida em 1822.

 Até 30 de Agosto de 2013

Rafael de Lala,

Presidente da API – Associação Paranaense de Imprensa

Fonte: API – Associação Paranaense de Imprensa