Apesar da taxa de crescimento ter diminuído em 2011, especialistas preveem que o mercado de GNL tem um “futuro brilhante”. Em 2015 começarão a funcionar várias empresas de produção de GNL na Ásia e na Austrália. Moçambique, Tanzânia e Israel planejam começar fornecimentos de gás liquefeito para o exterior. A participação da Rússia nas exportações mundiais de GNL é hoje de apenas quatro por cento, mas este número irá aumentar significativamente em poucos anos.
Segundo previsões da Agência Internacional de Energia (AIE), a capacidade de produção de GNL alcançará até 2020 os 580 milhões de toneladas por ano. Ao mesmo tempo irá aumentar o número de exportadores desse produto, principalmente devido aos EUA, nota o chefe do Centro de estudos de mercados globais de energia Viacheslav Kulagin:
“Nos próximos anos haverá um maciço acréscimo de instalações de produção de GNL. O mercado vai continuar a crescer, e a competição em todas as áreas vai aumentar. Agora estamos falando de exportações de gás dos Estados Unidos. O principal problema lá é a obtenção de licenças de exportação, principalmente para países com os quais não há acordos de livre comércio. São justamente eles que interessam os principais fornecedores de GNL. Foi emitida uma única licença. Mas já em 2013 começaram a emitir novas licenças, e agora os Estados Unidos estão realmente se preparando para começar a exportar GNL. Foram apresentadas aplicações de projetos de exportação de mais de 300 bilhões de metros cúbicos.”
Segundo o especialista, esses volumes não são realistas, mas algum gás será exportado. É também importante a questão do preço que o mercado americano conseguir propor. Com o crescimento da demanda as empresas poderão aumentar rapidamente sua produção. Porque se tomarmos o gás de xisto, o ciclo de investimento é muito curto, ou seja, um retorno rápido de projetos. Isto permite aumentar e reduzir com flexibilidade a capacidade de produção de GNL. Um dos maiores importadores de gás natural liquefeito no futuro continuará a ser o Japão, acredita Viacheslav Kulagin:
“Atualmente, ele é um grande consumidor asiático de GNL. No longo prazo, é claro, este papel caberá à China porque de qualquer forma o volume da sua economia vai exigir isso. A Europa continuará em segundo lugar, mas um dos mais atraentes e próximos parceiros russos será o Japão. Mas muito dependerá da decisão do governo sobre a energia nuclear.”
A Rússia planeja construir nos próximos anos várias fábricas de produção de GNL para a sua posterior exportação. Até 2018 a Gazprom planeja colocar em operação logo duas empresas – em Primorie e na região de Leningrado. A capacidade do projeto Vladivostok-GNL será de pelo menos 15 milhões de toneladas por ano. Um projeto já foi implementado, nota o principal analista da revista Razvedka i Dobycha (Exploração e Produção) Mikhail Krutikhin:
“Por enquanto está funcionando um projeto no âmbito de Sakhalin 2. Estão operando lá duas linhas de produção de 4,8 milhões de toneladas de gás natural liquefeito cada. A fábrica está funcionando muito bem, tem muitas encomendas, tem um portfólio de longo prazo e clientes com contratos de longo prazo pagam bem. Portanto, a empresa está prosperando.”
A Rússia poderia conseguir até 2030 um quinto do mercado mundial de GNL. Mas para isso precisa fornecer pelo menos 70 milhões de toneladas por ano. Esta é uma tarefa difícil que exige um esforço considerável. Embora, segundo especialistas, a demanda por GNL irá crescer, especialmente na Ásia. Assim que os exportadores russos pretendem lutar por seu lugar no mercado global de GNL.
Fonte: Oleg Nokhai, Voz da Rússia/Sindcomb Notícias
