Segundo Magda Chambriard, diretora da ANP, ainda não há previsão de volume de gás a ser produzido no Estado
Curitiba – O Paraná terá nos próximos anos novas áreas para exploração de gás natural. Ontem, a diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, esteve em Curitiba para anunciar 14 blocos localizados no Estado que serão oferecidos na 12ª rodada de licitações que será realizada no final de novembro. Essas áreas estão distribuídas em 123 municípios localizados em sua maioria na região Oeste, mas também há cidades no Noroeste e no Centro-Sul. Entre as cidades que fazem parte da licitação estão Campo Mourão, Cascavel, Cianorte, Guarapuava, Pato Branco e Toledo.
A ANP chegou a estas áreas com potencial para exploração de gás a partir de estudos. As empresas que vencerem a licitação deverão realizar um investimento inicial mínimo de R$ 70 milhões. Segundo Magda, ainda não há uma previsão de volume de gás que poderá ser produzido no Estado. Segundo o governador Beto Richa, a Copel, como empresa controladora da Compagás, é uma das empresas que avalia participar do leilão.
As empresas vencedoras do leilão terão quatro anos para procurar o gás. Segundo Magda, as companhias escolhidas na licitação terão que descobrir as áreas com gás. Após encontrarem o combustível, terão que apresentar um plano de desenvolvimento com o número de postos que vão perfurar e quando começam a produzir.
Magda destacou que a bacia sedimentar do Paraná é a maior do Brasil, tem 1,3 milhão de Km² e abrange oito estados. Segundo ela, nos últimos anos, foram investidos R$ 200 milhões na bacia do Paraná em estudos para que depois pudessem ser abertas as licitações.
No Brasil todo, a rodada de licitações marcada para os dias 28 e 29 de novembro ofertará 240 blocos terrestres com potencial para gás natural em sete bacias sedimentares nos estados do Amazonas, Acre, Tocantins, Alagoas, Sergipe, Piauí, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Maranhão, Paraná e São Paulo totalizando 168.348 Km². No País são 7,5 milhões de km² de bacias sedimentares. Segundo Magda, até agora 26 empresas manifestaram interesse pelas licitações dos 240 blocos. Ela não tinha a informação do número de empresas com interesse específico no Paraná.
Ela explicou que após a licitação, as empresas vencedoras enviam a documentação exigida pela ANP e pagam um bônus de assinatura que varia de R$ 92 mil a R$ 612 mil. Após o primeiro período exploratório de quatro anos devem vir novos investimentos além dos R$ 70 milhões iniciais.
Magda disse ainda que os donos de terras nas quais for encontrado gás receberão 1% do faturamento bruto da área a ser explorada. Os municípios também serão contemplados com pagamento de royalties.
Hoje, o gás natural representa 10% da matriz energética do País. O Brasil produz 70,7 milhões de m³ de gás por dia e importa outros 35,8 milhões de m³/dia. A previsão é, nos próximos dez anos, dobrar a produção de gás.
Fiscalizações
A ANP deve fazer uma nova força-tarefa e fiscalizar postos de combustíveis no Estado no final deste ano ou início de 2014. Magda disse ontem ao governador Beto Richa que a parceria com o Estado é fundamental para a realização deste tipo de trabalho. “O acesso às notas fiscais eletrônicas é importantíssimo para nós”, disse ela ao governador. Ela lembrou que toda vez que o combustível está bom em uma determinada região a fraude migra para outro local. Na última semana, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) condenou 12 postos em Londrina e região pela prática de cartel.
Fonte: Folha de Londrina