O diretor de Gás & Energia da Petrobras, José Alcides Santoro, afirmou que o preço do gás natural só irá cair no Brasil a partir do momento que a produção interna do insumo for ampliada. “Não existe gás barato se não houver oferta. A maneira mais rápida para se baixar o preço do gás é produzi-lo aqui”, afirmou o executivo, que participou do Congresso de Energia Brasileiro, organizado pela Coppe/UFRJ.
Nos últimos anos, a Petrobras tem sido duramente criticada pelos grandes consumidores de gás por conta dos altos preços praticados pela companhia no mercado brasileiro. Santoro ponderou que 50% de todo o gás consumido no Brasil são importados, vindos da Bolívia e de cargas de gás natural liquefeito (GNL). “Esse gás internacional tem um preço, que é um preço de commodity. Só vamos conseguir reduzir esse preço do gás se houver oferta abundante aqui no Brasil”, argumentou.
Nesse contexto, o executivo disse que a Petrobras vê a 12ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) como uma grande oportunidade, tendo em vista que essa será a primeira disputa focada exclusivamente no desenvolvimento das reservas de gás convencional e não convencional em campos em terra (onshore). “A Petrobras vai participar dessa rodada”, assegurou. A licitação está marcada pelo governo para ocorrer no fim de novembro deste ano.
Santoro revelou, inclusive, que a Petrobras já concluiu os estudos ao Programa Onshore de Gás Natural (Pron-Gás), cujas análises serão usadas para subsidiar os lances e a seleção das áreas de maior interesse da companhia na 12ª Rodada da ANP. O executivo, no entanto, não entrou em detalhes sobre a conclusão do trabalho. “Não podemos revelar por ser estratégico para o leilão”, afirmou. Esse programa identificou os custos do gás convencional e não convencional nas bacias terrestres brasileiras.
Além de reforçar a participação da Petrobras, o executivo convocou as indústrias, as distribuidoras de gás e as geradoras de energia elétrica a também participarem da 12ª Rodada da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. “Nós não podemos deixar de aproveitar o gás que existe no Brasil, inclusive para geração termelétrica”.
Importação
Santoro disse que a importação de gás natural liquefeito (GNL) deve fechar o ano de 2013, na média, entre 12 milhões a 13 milhões de metros cúbicos por dia. “No começo do ano, a importação de GNL estava em torno de 14 milhões de metros cúbicos por dia. A partir de setembro, deu uma reduzida na importação”, avaliou.
Segundo Santoro, a recente mudança na metodologia de cálculo da energia elétrica no mercado spot, que passou a incorporar o custo do despacho térmico, tornou mais previsível o acionamento das térmicas a gás natural da estatal, o que facilitou o processo de planejamento de aquisição de cargas de GNL no mercado internacional. “Isso ficou muito bom para nós”, explicou o executivo.
Fonte: Agência Estado/Abegás/Sindcomb
