
Carlos Thadeu de Freitas (à dir.) e o presidente da Fecomércio-AM, José Roberto Tadros. Crédito: Sérgio Silva
2014 terá que ser um ano de ajustes por parte do governo em relação à economia. Essa afirmação foi feita pelo chefe da Divisão Econômica da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, no Congresso Regional do Sicomércio – Edição Norte, nesta quinta-feira, 7 de novembro, em debate mediado pelo presidente da Fecomércio-AM, José Roberto Tadros.
Carlos Thadeu foi o palestrante do painel “Cenário econômico mundial e expectativas para o Brasil”, durante o qual mostrou que a economia brasileira deverá sofrer os impactos da recuperação dos Estados Unidos em relação à crise econômica que começou em 2008. “A taxa de juros americana hoje está em 2,6%. Caso ela cresça para 4%, isso vai afetar todos os países, inclusive o Brasil. Temos que nos preparar para o fim da festa da baixa taxa de juros americana”, afirmou Thadeu.
Segundo o economista da CNC, com o dólar baixo até 2011, o governo brasileiro investiu em incentivos fiscais para estimular o consumo, mas isso gerou um aumento do endividamento. “Estamos entrando em uma época de ajustes, ou seja, vamos devolver um pouco dos ganhos fáceis obtidos entre 2004 e 2011, com preços altos de commodities, baixa taxa de juros nos EUA, aumento do consumo no Brasil e de brasileiros no exterior. O Brasil vai ter que reduzir o ritmo de consumo para evitar a crise. Não existe alternativa no curto prazo”, disse.
No Brasil, a massa salarial crescente e o mercado de trabalho são os pontos favoráveis que afastam o País da crise. No entanto, ainda é preciso estimular a produtividade, “sobretudo porque o Brasil tem um forte mercado interno e será mais difícil exportar seus produtos, uma vez que, com a recuperação dos Estados Unidos, praticamente todos os países deverão sofrer algum tipo de impacto. A maior parte dos países estão tendo estimativas mais baixas para o crescimento no ano que vem”.
O economista falou ainda do crescimento da cidade de Manaus, sede do Sicomércio Norte. “O comércio está crescendo bem. Manaus está mostrando pujança no seu crescimento, e isso deve continuar, porque aqui tem capacidade de gerar investimentos”.
Para 2014, a estimativa é de que o PIB brasileiro pode crescer 2%, e a taxa de juros poderá alcançar 11%. Já o comércio deve apresentar um crescimento entre 4 e 5%.
Fonte: Ascom/CNC