Levantamento mostra que o país melhorou em apenas dois dos oito aspectos pesquisados em relação a 2012: ‘disponibilidade e custo de capital’ e ‘ambiente macroeconômico’

Coletiva com o diretor de Desenvolvimento Industrial, Carlos Abijaodi, o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade, Renato da Fonseca, e o diretor de Políticas e Estratégia, José Augusto Fernandes. Foto: CNI
O Brasil é menos competitivo que seus principais concorrentes. O estudo Competitividade Brasil 2013, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que as empresas brasileiras só ganham das argentinas na competição por mercado em um conjunto de 15 países com características econômico-sociais ou posicionamento no mercado internacional semelhante. A posição de penúltimo lugar é a mesma do relatório anterior, referente a 2012. No entanto, com a inclusão da Turquia neste ano, passaram a ser 15 os países pesquisados, o que levou o Brasil a mudar da 13ª colocação para a 14ª. A nação mais competitiva do grupo permanece sendo o Canadá.
Nos oito fatores considerados condicionantes da competitividade de um país, o Brasil se encontra no terço inferior (entre a 15ª e a 11ª posição) em cinco aspectos e, nos outros três fica no terço intermediário (da 10ª à 6ª). A pior situação é a dos fatores ‘peso dos tributos’ (14º lugar), ‘disponibilidade e custo de capital’ (14º), seguida por ‘infraestrutura e logística’ (13º), ‘ambiente microeconômico’ (13º) e ‘educação’ (9º). O país está um pouco melhor em relação à ‘disponibilidade e custo de mão de obra’ (7º), ‘ambiente macroeconômico’ (10º) e ‘tecnologia e inovação’ (8º).
Com o objetivo de promover o aumento da competitividade da indústria na próxima década, a CNI lançou neste ano o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, documento construído em conjunto com mais de 500 representantes empresariais. Ele servirá de base para as sugestões que o setor apresentará aos candidatos à Presidência da República em 2014. “A resposta para muitos dos problemas identificados no estudo está no Mapa Estratégico. Ele define as ações necessárias para fazer o Brasil crescer mais e melhor e se tornar cada vez mais competitivo”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
DESEMPENHO – O país melhorou em apenas dois aspectos em relação à edição de 2012: ‘disponibilidade e custo de capital’ e ‘ambiente macroeconômico’. No primeiro caso, passou do último para o penúltimo lugar, à frente da Argentina, em função da redução das taxas de juros. Já a desvalorização cambial fez o Brasil subir da última para a 10ª colocação no quesito ‘ambiente macroeconômico’. Por outro lado, de 2012 para este ano, o país perdeu posição em três fatores: ‘disponibilidade e custo de mão de obra’, ‘infraestrutura e logística’ e ‘tecnologia e inovação’.
“Todos os fatores influenciam o desempenho da indústria brasileira no mercado internacional. Nos torna menos competitivos, onera nossos investimentos e aumenta nossos custos”, afirma o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI Carlos Abijaodi.
Para a CNI, o importante é que o país consiga desenvolver uma agenda para enfrentar essas questões. “É fundamental que o Brasil disponha de um sistema estruturado de metas e objetivos com monitoramento e acompanhamento dos resultados”, afirma o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes.
Os vizinhos latino-americanos também estão em desvantagem. Com exceção do Chile, que se situa no terço intermediário e ocupa o 6º lugar, os demais países da América Latina encontram-se no terço inferior. O México aparece em 12º lugar, a Colômbia em 13º e a Argentina em 15º.
PAÍSES – Além do Brasil, foram avaliados: África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Índia, México, Polônia, Rússia e Turquia. Esta é a terceira edição do estudo, que foi publicado pela primeira vez em 2010, e novamente em 2012. Ao todo, são avaliados oito aspectos: disponibilidade e custo de mão de obra; disponibilidade e custo de capital; infraestrutura e logística; peso dos tributos; ambiente macroeconômico; ambiente microeconômico; educação; tecnologia e inovação.
Fonte: Portal da Indústria