1. NEUTRALIDADE EM JOGO
A decisão preliminar de um tribunal norte-americano, que validou regras para cobrança diferenciada de serviços de telecomunicação conforme a densidade de tráfego demandada, anulando o conceito de “neutralidade da rede”, pode se desdobrar em conseqüências que irão restringir a internet. Enquanto os defensores da neutralidade sustentam sua existência em nome do princípio da liberdade de expressão, os operadores das redes de comunicação defendem o direito de cobrar custos diferentes de usuários pesados – baixa de filmes, transmissão de imagens, etc.
No Brasil o assunto será tratado no projeto de lei que institui um marco legal para a internet, em prolongado debate no Congresso mas – segundo a colunista Lúcia Guimarães – a decisão da corte estadunidense já implica em mais custos para usuários brasileiros.
2. EFEITO “SNOWDEN”
Enquanto isso usuários corporativos, e também alguns de natureza pessoal, estão migrando para serviços privados em substituição a provedores e buscadores abertos – tipo Google, Facebook – como reação à coleta de dados para uso comercial ou de governos; esta revelada pelas denuncias do ativista Ed Snowden. Plataformas e aparelhos com rastreamento mais complexo passaram a ser atrativos, mesmo quando o usuário é levado ao pagamento de uma assinatura periódica. Entre eles cresceram navegadores como os americanos DuckDuckGo e Tor, ou um celular dotado de criptografia, o Blackphone, que será lançado em congresso de tecnologia da informação em Barcelona, Espanha, no mês de fevereiro próximo.
3. TENTO LAVRADO
A Gazeta do Povo teve na semana passada uma ação que confirma a importância da imprensa numa sociedade democrática. Primeiro um desenvolvedor lançou um aplicativo móvel para chamada de táxis – útil numa cidade como Curitiba onde a demanda por esse serviço é maior do que a oferta. Como o mercado de telechamadas é operado por cooperativas, a entidade municipal fiscalizadora, Urbs, entendeu que o serviço via aplicativo era irregular e passou a punir os taxistas que aceitassem tais requisições por parte de passageiros. Na seqüência o jornal registrou a situação em reportagem e produziu editorial reclamando da repressão aos taxistas. Ao tomar conhecimento da questão o prefeito Gustavo Fruet determinou a suspensão das punições, substituídas por rodada de dialogo entre desenvolvedores de aplicativos e cooperativas de taxistas, visando adequar o marco regulatório à realidade trazida pela nova tecnologia.
4. REDE SOCIAL
A Gazeta do Povo ampliou ainda, seu serviço eletrônico, ao lançar uma ede social visando maior interatividade com os leitores. Os interessados nessa “Comunidade de Leitores” podem criar uma conta no site da Gazeta do Povo para comentar matérias ou responder a observações dos demais usuários da rede. O serviço está disponível, desde dezembro, além do acesso regular no site do jornal, pelas redes sociais (Facebook, Twitter, Linkedin e Google+); repetindo modelo que vigora em outros países.
5. REBOLIÇO NA FRANÇA
A divulgação de uma ligação extraconjugal do presidente da França, feita pela revista “Closer”, causou reboliço no país – onde a imprensa tradicionalmente prefere guardar distância de situações pessoais dos dirigentes e personalidades. Mas a notícia estampada na publicação – bem como seu desdobramento em ameaças de processo de indenização, internamento hospitalar da primeira-dama, etc – levou os demais órgãos a seguirem o assunto, numa repercussão geral. A revista “Closer”, que integra o grupo editorial Mondadori, dobrou sua circulação de 348 mil exemplares, deixando o governo furioso mas os jornalistas orgulhosos.
REUNIÃO, DIA 31
Os associados da API estão convocados para encontro no próximo dia 31, quando serão iniciados preparativos para eleição dos novos órgãos dirigentes. A Associação Paranaense de Imprensa está ainda, preparando a comemoração dos 80 anos de sua fundação, que transcorrem em 2014.
Rafael de Lala, Presidente API
Hélio Freitas Puglielli, Diretor de Assuntos Culturais.
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