1. NOTICIA BOA
– A navegação de cabotagem no Brasil está crescendo com taxas elevadas de mais de 7%, confirmando um novo arranjo da economia, resultando em mais produtividade. Com o aumento dos custos do frete por rodovia (à conta da nova lei dos caminhoneiros, pedágios caros, situação das estradas, etc) os transportadores estão preferindo colocar seus produtos em navios que trafegam pela costa. Repetem um sistema de séculos passados, quando a ligação de pontos distantes do país era feita por embarcações.
2. DILMA EM DAVOS
OS FATOS
O ex-presidente Lula ia a todas as edições, mas é a primeira vez que a atual presidente, Dilma Rousseff, vai ao Fórum de Davos na Suíça – evento que reúne lideres políticos, empresários e pensadores econômicos de todo o mundo. Ali a presidente tem uma vasta agenda, que inclui apresentações no auditório principal, encontros com decisores empresariais e entrevistas pessoais com personalidades do mundo dos negócios e potenciais investidores no Brasil. Antes de retornar, Dilma deverá se avistar com executivos do grupo sueco Saab, para discutir o programa de compras dos aviões militares da marca Grippen encomendados pelo governo federal.
ANÁLISE
A linha principal das apresentações da dirigente brasileira é assegurar o compromisso de sua administração na gestão responsável da economia nacional, abalada nos últimos tempos por questões ligadas à inflação, dívida pública, déficit no balanço externo e baixo crescimento. Segundo analistas, embora reconhecendo a existência de problemas, Dilma vai apontar para o potencial do país, com sua dotação favorável de recursos naturais, população relativamente jovem e mercado consumidor; pontos positivos que justificam a continuidade da confiança no Brasil.
3. TROCANDO DE MÃOS
OS FATOS
Na próxima semana quem troca de mãos é o Fed (banco central norte-americano). Sai Ben Bernanke – o financista que conseguiu resgatar a economia mediante utilização de medidas não ortodoxas – e assume Janet Yellen – que já tinha experiência na área como dirigente de uma das sedes regionais da instituição. Na ocasião também deve ser anunciado o início da implementação do programa de redução gradativa dos estímulos monetários aplicados para o enfrentamento da crise de passagem da década. O que representará menos moeda na economia dos Estados Unidos, compensada pela melhoria dos indicadores de emprego, consumo e investimento, além da recuperação no balanço de comercio externo.
ANÁLISE
O peso da economia norte-americana é determinante para influenciar variáveis de câmbio e comércio, por isso os observadores temem a repercussão da retirada dos estímulos (injeção mensal de 85 bilhões de dólares no mercado local). Países emergentes, por exemplo, poderão se ressentir do refluxo de dólares que vinha alimentando seus balanços de divisas, sendo que o grupo mais vulnerável deverá expandir em taxas inferiores à média mundial, segundo o ultimo relatório do FMI. O Brasil, notadamente, poderá crescer a 2,3%, repetindo o desempenho de 2013.
4. O ANO É ELEITORAL
OS FATOS
A lógica do ano eleitoral vai se impondo: em Brasília a presidente Dilma se aconselha com o antecessor para montar a nova equipe ministerial em função da saída de altos auxiliares que se preparam para disputar postos eletivos – em governos estaduais e no Congresso. Entre os primeiros ministros que já aprontam as malas estão o médico Alexandre Padilha, da Saúde, indicado pré-candidato ao governo de São Paulo e a paranaense Gleisi Hoffmann, que está deixando a Casa Civil para concorrer ao Palácio Iguaçu. Na aliança situacionista há disputa entre os partidos integrantes pelos cargos que irão vagar, com ênfase para a pressão do PMDB por áreas substanciais, como o Ministério da Integração (antiga Pasta do Interior).
OS FATOS (II)
No arraial oposicionista as movimentações principais iniciam com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que se prepara para deixar o governo no começo de abril visando concorrer à Presidência por uma coalizão liderada pelo PSB que ganhou parceria com a ex-ministra Marina Silva e o Partido Popular Socialista (PPS) – sigla oriunda do agrupamento comunista. Outro nome relevante na seara das oposições é o senador mineiro Aécio Neves, apontado pou PSDB que tenta manter a aliança tradicional “tucano”/Democratas e abiscoitar dissidências do vasto grupamento governista.
ANÁLISE
Embora o ano seja de calendário eleitoral a avaliação é que a campanha só deslanchará após a Copa do Mundo, que termina em meados de julho Então os partidos já terão realizado suas convenções e registrado seus candidatos à Presidência e aos governos estaduais. Até lá, inclusive, será possível levantar os pontos de interesse para o cidadão comum: comportamento da inflação, desempenho da economia, segurança pública e outros itens capazes de sensibilizar o eleitorado e determinar o destino dos votos que serão depositados nas urnas em outubro (primeiro turno).
5. NO PARANÁ
OS FATOS
No Paraná a movimentação política com vistas à eleição começou ainda antes do conjunto nacional, por conta da polarização entre dois grupamentos: o do atual governador Beto Richa, eleito pelas forças de centro-direita alinhadas com o PSDB e o do casal de ministros Paulo Bernardo/Gleisi Hoffmann, que forma no arco do PT e legendas coligadas. Ambas as forças disputam desde sempre o espaço político regional, tendo o casal ministerial lavrado um tento ao conseguir desalojar o grupamento “tucano & associados” da Prefeitura de Curitiba com a eleição de Gustavo Fruet. Por sua vez o governador Richa tenta reequilibrar a disputa ao atrair o núcleo dominante do PMDB paranaense.
ANÁLISE
Essa atração dos peemedebistas ficou evidente no ato da última terça-feira, de celebração dos 30 anos pró-eleições Diretas. Na sede do PMDB do Paraná reuniram-se lideranças de vários matizes, todas oriundas do “MDB velho de guerra”: o presidente estadual, deputado Osmar Serraglio e o secretário geral, ex-governador Orlando Pessuti; o senador Álvaro Dias, presidente do partido na época da mobilização pelas Eleições Diretas (1984) e hoje no PSDB, mais o governador Beto Richa, entre outros. O comparecimento de Beto ao reduto peemedebista configura mais um elo do esforço de aproximação com o partido, que embora forme com a reeleição da petista Dilma no plano nacional, pretende liberar alianças regionais conforme a conveniência dos respectivos diretórios e convenções estaduais.
MISCELÂNEA
Embora sem resultados imediatos (que, realisticamente, não poderiam surgir), é auspiciosa a convocação da conferencia internacional para discutir o problema da Síria. Já houve um primeiro passo com a retirada das armas químicas do território do país; se os negociadores agora chegarem a um acordo, o mundo agradece =/= Na Venezuela e Argentina, países vizinhos, a crise de desconfiança nos governos prossegue; o contraponto é o Paraguai, exibindo taxas “chinesas” de crescimento.
MISCELÂNEA (II)
Preocupado com espumas como o surgimento do fenômeno dos “rolezinhos” o Brasil deixa de lado assuntos de importância: a agricultura familiar enfrenta desencontros com as irregularidades nas compras públicas de alimentos e a lavoura de feijão – item fundamental na dieta brasílica – sofre os solavancos da conjuntura: num período o preço sobe, agricultores plantam mais e o preço cai, o que desanima novo plantio com previsível impacto no ciclo seguinte. E haja inflação…
MISCELÂNEA (III)
Curitiba está perigando na Copa, alertou o secretario geral da FIFA durante a ultima inspeção às obras. Agora a maior parcela dos investimentos já foi aplicada (inclusive dinheiro público), cabendo um “esforço de guerra” para concluir o estádio da Arena. Perder os jogos seria vexame pior.
Rafael de Lala,
Presidente da API – Associação Paranaense de Imprensa
Fonte: Associação Paranaense de Imprensa