FATOS POLITICOS RECENTES e Análise da Conjuntura da segunda semana de março

SUMÁRIO

Área de trigo está dobrando no Brasil =/= Turbulências em Brasília colocam sob questão o presidencialismo de coalizão =/= Novos ministros na União e novos secretários de Estado no Paraná =/= Ucrânia sob risco de divisão e Venezuela em conflito na área internacional =/= Em licitação a estrada de pista dupla para o futuro porto de Pontal do Sul.

1. NOTICIA BOA

A produção de trigo no Paraná poderá atingir 3,5 milhões de toneladas neste ano, aproximadamente o dobro da colheita anterior, que chegou a 1,8 milhão de toneladas. Foto Chuniti Kawamura/ANPr (arquivo)

 Plantação de trigo. Foto Chuniti Kawamura/ANPr 

DO BRASIL: a área plantada de trigo está sendo duplicada para cerca de 2,5 milhões de hectares, com foco no Paraná e Rio Grande do Sul. Com essa ampliação a produção esperada poderá chegar a mais de cinco milhões de toneladas, reduzindo a dependência do cereal – atualmente na maior parte importado. A notícia é boa para o país, porque fornecedores tradicionais enfrentam problemas mas, em paralelo, caberia incentivar o consumo interno do milho, grão tradicional na agricultura brasileira desde os tempos da descoberta do Brasil.

2. LINHA DO TEMPO

Jango defende as reformas de base na Central do Brasil no dia 13 de março de 1964 (Arquivo Nacional / Correio da Manhã)

Jango defende as reformas de base na Central do Brasil no dia 13 de março de 1964 (Arquivo Nacional / Correio da Manhã)

Há 50 anos, no dia 13 de março de 1964, o então presidente João Goulart promoveu um polêmico comício na região da Central do Brasil, Rio de Janeiro, considerado o ponto sem retorno para o movimento que encerrou seu governo na noite de 31 de março para 1º de abril do mesmo ano. O comício da Central – realizado numa “sexta-feira, 13” – desde então fez a data ser considerada nefasta, isto é, desfavorável para bons presságios – resgatando uma tradição popular que remonta aos romanos.

3. MOVIMENTAÇÃO HOJE

OS FATOS

Nos dias atuais a movimentação política gira em torno do distanciamento entre o Governo Federal (Poder Executivo) e o PMDB. Apoiado por legendas menores o partido do vice-presidente da República afastou-se do Palácio do Planalto e articulou um bloco temporário na Câmara dos Deputados que impôs derrotas ao governo: aprovou a criação de uma comissão parlamentar externa para investigar a Petrobrás, convocou quatro ministros para comparecimento obrigatório em comissões e convite para mais seis, fez adiar o exame do projeto prioritário sobre o Marco Civil da Internet e se declarou em situação de independência política.

ANÁLISE

As conseqüências dessa rebelião parlamentar – recorrente no modelo brasileiro de presidencialismo de coalizão – podem ser temporárias. É a aposta do ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, a partir de sua vivência político-parlamentar. Tanto que o Palácio do Planalto, sob articulação do ministro Aloísio Mercadante (a presidente Dilma estava fora, na posse de Michelle Bachelet, do Chile), já conseguiu afastar duas legendas do grupamento que proclamou independência. Já para o deputado paranaense Osmar Serraglio – da ala moderada do PMDB – a raiz da insatisfação esteve na forma de tratamento dispensada aos peemedebistas, que se sentiam distantes do “projeto de poder” conduzido pelo PT.

4. NOVOS TITULARES

A dinâmica eleitoral impõe a substituição de ministros e outros ocupantes de postos executivos que pretendam disputar mandatos no próximo pleito. Nessa ordem, em Brasília o governo está dando continuidade à troca dos ministros do Turismo e da Agricultura (ambos da chamada cota do PMDB); mais o ministro do Desenvolvimento Agrário, entre outros. Saem titulares que serão candidatos e entram nomes técnicos: Miguel Rosseto para o lugar de Pepe Vargas na pasta especial ligada à reforma agrária; Neri Geller e Ângelo Oswaldo estão cotados, respectivamente, para a Agricultura e para o Turismo – embora suas indicações não tenham sido avalizadas pelo PMDB, que as considera escolha pessoal do Planalto.

5. NOVOS TITULARES (II)

No Paraná também houve troca de dois titulares, mas antes da saída de secretários-candidatos. No lugar vago com o retorno do procurador Cid Vasquez ao Ministério Público Estadual assumiu a Secretaria da Segurança o médico Leon Gruppenmacher, que dirigia a área de polícia cientifica. Na Secretaria da Fazenda, vaga com o afastamento da titular anterior, Josélia Nogueira, por enfermidade, toma posse hoje o economista Luiz Eduardo Sebastiani, que vem da Diretoria Financeira da Copel. Sebastiani, próximo ao governador José Richa, ocupou anteriormente a Secretaria de Finanças na Prefeitura de Curitiba e tem o desafio de equilibrar a receita pública do Estado com as crescentes despesas atribuídas aos entes federados.

6. NOVAS ESTRADAS

O Paraná poderá ter avanço na infra-estrutura, com o registro da licitação para elaboração do projeto da nova rodovia entre Praia de Leste (entroncamento com a PR-407) e a região litorânea de Ponta do Sul. Nessa área está prevista a construção de um novo porto de águas profundas e a ligação prevista, em pista dupla, deverá contemplar ainda faixa para uma futura ferrovia além de complementos de urbanização e proteção ambiental. Na Região Noroeste foi liberada pelo Judiciário a modelagem para adequação da PR-323, que vai de Maringá até a divisa paranaense em Porto Camargo, sob o regime de parceria público-privada.

MISCELÂNEA

No fim de semana a situação permanecia indecisa na Ucrânia e Venezuela, países que passaram a ocupar mais vivamente a atenção da comunidade internacional. No primeiro país, encravado na Europa entre a zona de expansão do ecúmeno ocidental e a terra dos russos, persiste o impasse da transição da península da Criméia da jurisdição ucraniana para a influencia da Rússia =/= Na Venezuela os apelos por dialogo entre o governo radicalizado de Nicolas Maduro, sucessor de Hugo Chavez, e a oposição mobilizada para as ruas ante as dificuldades econômicas do país.

MISCELÂNEA (II)

No Brasil, após um período de estiagem que derrubou o volume da safra no verão segue-se uma temporada de chuvas que afeta estados da região amazônica =/= Tais eventos climáticos extremos confirmam a existência de uma época de anomalia ambiental que pode estar associada ao aquecimento global.

MISCELÂNEA (III)

O mutirão coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça para apressar os julgamentos de crimes de homicídio deverá analisar, a partir da próxima semana, os 57 mil casos ocorridos no país há mais de quatro anos. No Paraná a média alcança pouco mais de 20% dos crimes violentos contra a vida, enquanto Curitiba tem um déficit nesse aspecto: de 5,8 mil assassinatos ocorridos entre 2004 e 2013, só 247 tiveram condenação.

 

Rafael de Lala,

Presidente da API – Associação Paranaense de Imprensa

 

 Fonte:  API – Associação Paranaense de Imprensa