FATOS POLITICOS RECENTES e Análise da Conjuntura da última semana de abril

SUMÁRIO

Brasil melhora de posição no ranking internacional =/= Sanções mais duras do Ocidente buscam frear intervenção russa na Ucrânia =/= Economia brasileira: inflação cai mas desafios continuam =/= Eleições: Dilma enfrenta pesquisas com ações para se manter competitiva =/= Paraná ganha mais R$ 6 bilhões em investimentos, mas empréstimos continuam travados em Brasília =/= Supremo vai cortar doação de empresas na campanha eleitoral =/= Haitianos devem ser bem recebidos entre nós =/= Prefeitura tem caixa para continuar Linha Verde.

1. NOTICIA BOA:

– Do Brasil: Estudo do Banco Mundial, abrangendo 190 países e regiões, coloca o Brasil em 6º lugar quanto ao tamanho do PIB medido pelo critério cambial (2,476 bilhões de dólares). Pelo modelo de Paridade de Poder de Compra o país passa ao 7º lugar, com o montante econômico de US$ 2,8 bi. O relatório se refere a 2011, podendo ter ocorrido variações desde então: o fundamental é que o Brasil – país emergente cresceu mais do que a média dos ricos: em 2005 nosso PIB representava 11% da riqueza produzida pelos Estados Unidos, subindo para 18% em 2011.

2. SANÇÕES E CRISE

OS FATOS

Uma segunda rodada de sanções foi aplicada pelos Estados Unidos, União Européia e Japão contra a Rússia, como pressão para que o regime de Wladimir Putin desista de sua intervenção indireta na Ucrânia. Enquanto isso a escalada do conflito nessa região do leste europeu continua evoluindo, com a ocupação de mais cidades e prédios públicos por milicianos em oposição ao governo central do país instalado em Kiev.

ANÁLISE

As sanções aplicadas pelo Ocidente atingem, desta vez, empresas e personalidades russas próximas ao presidente Putin, mas parecem ter sido recebidas sem maior dano; com isso se anuncia mais uma rodada de pressões destinada a neutralizar o apoio do governo de Moscou aos dissidentes ucranianos. Como a economia ocidental é cerca de 50 vezes maior do que a russa – carente em inovações técnicas de uso comercial e militar – observadores avaliam que, com o tempo, Putin será dobrado de forma similar ao ocorrido no Irã. De toda forma a tensão não levará a uma Guerra Fria, sendo marcada pela estratégia de contenção conhecida como “guerra fresca” – avalia o almirante James Stavridis, ex-comandante da aliança militar ocidental, a OTAN – que esteve em visita recente ao Brasil.

3. CONJUNTURA ECONÔMICA

OS FATOS

Na semana curta foram divulgados indicadores que mostram uma economia ainda sob desafio, embora a taxa de inflação tenha cedido com a entrada dos produtos da safra agrícola e melhoras na oferta de hortigranjeiros. Por sua vez o leilão de energia elétrica sob contrato, realizado na quarta-feira, garantiu oferta do insumo em condições razoáveis, mas a indústria de veículos enfrenta queda de mercado interno e retração nas vendas para a Argentina.

ANÁLISE

A crise do setor automotivo pode ser enfrentada, indicam fontes do setor, com estímulos governamentais ao crédito e, possivelmente, com o lançamento de um programa de renovação de frotas. Nas exportações para a Argentina o Brasil está oferecendo linhas de crédito em divisas fortes para que os importadores platinos retomem as compras no marco do Mercosul. A propósito, enquanto alguns líderes brasileiros elevam críticas ao acordo de integração regional, o ex-presidente do Banco Interamericano, Enrique Iglesias, defende como alternativa o ajuste desse organismo ao seu propósito inicial: no caso das relações com a Argentina, começar pela integração das cadeias produtivas de ambos os países.

4. SUSTENTAR A POSIÇÃO

OS FATOS

A divulgação de pesquisas eleitorais que indicam um recuo da presidente Dilma Rousseff ante seus competidores mais viáveis o senador Aécio Neves e o ex-governador Eduardo Campos colocou pressão na equipe de consultores do Palácio do Planalto. Para eles o importante, nesta conjuntura, é frear a queda da presidente na intenção de votos, mediante um tom político mais forte nos pronunciamentos feitos durante as viagens pelo país. Nessa administração de expectativas, a governante deve ressaltar as realizações da atual gestão e não deixar de responder às críticas oposicionistas; o que ela passou a fazer, lançando comparações da obra petista com os ciclos anteriores.

ANÁLISE

Em contraparte, os dois desafiantes também reforçaram o discurso: durante encontro com empresários e por entrevistas o senador Aécio Neves propôs ampliar para o Brasil seu modelo de gestão aplicado em Minas quando foi governador;além de  procurar resgatar o legado do ex-presidente Fernando Henrique como responsável pela estabilização da moeda nacional. Já o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, viajou até a Amazônia em companhia da ex-ministra Marina Silva e vai comparecer a um prestigiado evento empresarial neste fim de semana.

5. INVESTIMENTOS E VERBAS

OS FATOS

No Paraná o governador Beto Richa anunciou mais investimentos industriais, em valor superior a 4 bilhões de reais: a Volvo vai fabricar caminhões médios em sua fábrica de Curitiba e a cervejaria Petrópolis implantará uma linha de produção de malte no interior, além de aproveitar a planta de uma indústria de óleo de soja desativada para instalar uma fábrica de cerveja em Araucária. Neutralizando esse clima positivo, continua pendente a autorização do governo federal para liberar empréstimos multilaterais demandados pelo governo paranaense.

ANÁLISE

Com os empreendimentos anunciados na semana o Paraná pode comemorar um montante superior a R$ 30 bilhões em investimentos novos na economia regional, beneficiando a agroindústria e o setor industrial. Ainda, o grupo Copel recebeu mais de um bilhão de reais como ressarcimento de perdas na contratação de energia elétrica de fontes federais, o que restaura o equilíbrio das finanças nessa empresa estatal.

MISCELÂNEA

A campanha eleitoral já iniciada (apesar de restrições não sensatas de uma legislação cerebrina) será a última a contar com doação de empresas. Em decisão que já formou maioria do Supremo Tribunal Federal, mas pendente de formalização, verbas para sustentar publicidade e outras ações de campanha serão restritas a doadores pessoas físicas. Primeiro passo, a completar com advento da clausula de desempenho partidário e, no futuro, reforma eleitoral via voto distrital misto.

MISCELÂNEA (II)

Finalmente o governo – em todas as instâncias – desperta para a condição dos imigrantes vindos do Haiti. Em sua crônica para se tornar nação independente o Brasil ficou devendo um bônus aos haitianos, resgatado em parte com nossa liderança na força de estabilização enviada pela ONU para aquele país, mas o débito histórico é mais amplo. Por gratidão cabe receber de braços abertos (e integrar) quantos haitianos queiram se mudar para esta terra de Pindorama.

MISCELÂNEA (III)

Trecho norte da Linha Verde (modernização da antiga BR-116 cortando o perímetro de Curitiba) está na dependência de aceitação, pelo mercado imobiliário, dos Certificados de Potencial Adicional de Construção emitidos pela Prefeitura Municipal. Os lotes iniciais foram recebidos com reservas, mas a municipalidade garante ter recursos para a obra: quase R$ 300 milhões do programa de mobilidade do governo federal. 

AGENDA

No próximo dia 9 de maio, reunião preparatória do Centro de Estudos Brasileiros e da Associação Paranaense de Imprensa para organização do evento sobre a Copa em Curitiba. Todos convidados.

Rafael de Lala,

Presidente da API – Associação Paranaense de Imprensa