Térmicas exigirão maior importação de gás natural

Termelétrica UEG Araucária

Termelétrica UEG Araucária. Foto:ANPR

Diante da necessidade  de recorrer às termelétricas  para gerar energia  elétrica, as importações  de gás natural devem aumentar  pelo segundo ano consecutivo.  A previsão foi feita em 13/05/2014 por José Cesário Cecchi, superintendente de  Comercialização  e Movimentação de  Petróleo, seus derivados e Gás  Natural da Agência Nacional de  Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis  (ANP).

“A situação hidrológica não  melhorou do ano passado para  este ano. Pelo contrário, piorou.  Então, a exigência do Operador
Nacional do Sistema (ONS) com  relação às termelétricas tende a  aumentar”, disse.  Em 2013, as importações  de gás natural atingiram  a marca histórica de 47,07  milhões de metros cúbicos por  dia, de 36,04 milhões em 2012.  Segundo Cecchi, a cifra de 2014  deve ser ainda maior, mesmo  com a oferta doméstica de gás  atingindo recordes mês a mês.  No caso das térmicas biocombustíveis,  o gás natural pode  ser substituído por outro insumo,  como o diesel, mas ainda  assim com necessidade de importação.

“A Petrobras faz a conta do que é mais econômico para ela.  Mas a tendência geral é aumentar a importação em função da
condição pior de geração do  parque de energia elétrica”, disse  o superintendente.  Hoje, o gás natural é importado  a preços entre US$ 23 e  US$ 24 por milhão de BTU, o  que dá vantagem ao diesel,  afirmou Cecchi. Mesmo assim,  ele ressaltou que nem todas  as térmicas têm a flexibilidade de queimar dois tipos de  combustíveis.

“Essas têm de importar o  GNL a que preço for”, acrescentou. “É um efeito dominó complicado.  O governo faz com que
a Petrobras pratique um preço  de diesel e de gasolina no mercado  interno bem menor do  que no mercado internacional,
e a empresa é importadora. No  momento que não tem nenhuma   restrição no consumo, cada  vez as pessoas consomem mais,
e se faz necessário aumentar a  importação. E isso começa a refletir  na balança comercial”, definiu  Cecchi.

Em relação à política de preços  de diesel e gasolina, o superintendente  da ANP defendeu a  posição da presidente da Petrobras,  Maria das Graças Foster,  durante a apresentação dos resultados  da estatal em 12/05/2014. “A postura da Petrobras  está correta, tem de exigir  um alinhamento dos preços ao mercado internacional. Caso contrário, ela vai ter prejuízo”,  disse Cecchi.

Fonte: Idian Tomazelli, Jornal do Commercio (RJ)/Clipping CanalEnergia