Cerca de 800 pessoas, entre lideranças políticas e do setor produtivo, participaram da celebração de 70 anos da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), nesta segunda-feira (18), no Campus da Indústria. Além de relembrar as principais conquistas e os avanços da indústria do Paraná intermediados pela Fiep, a cerimônia teve também homenagens a personalidades que dedicaram ou dedicam suas vidas pelo desenvolvimento da sociedade brasileira. A fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, Zilda Arns, e o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, foram condecorados com a honraria Pinheiro de Ouro.

Presidente da CNI desde 2010, Robson Braga de Andrade exaltou o papel dos empreendedores diante de dificuldades econômicas e de crescimento. “Todos nós, empreendedores trabalhadores, temos o ideal de construir um Brasil melhor e mais forte, com qualidade de vida. Ao olharmos para trás, vemos que melhoramos muito, mas que ainda há muitos desafios. Mas é importante reconhecer a força de cada industrial que batalha por melhorias todos os dias, ao se dirigir para seu trabalho. Sinto-me honrado por esta homenagem, desta importante federação”, agradeceu Andrade.

A homenagem a Zilda Arns foi recebida por sua filha, Heloisa Arns Neumann Stutz. Morta durante um terremoto no Haiti, em janeiro de 2010, Zilda foi lembrada por sua trajetória de valorização das pessoas. “Ela mostrou que o pouco pode fazer muito e mudar a vida de muita gente, com um número grande de voluntários. Esta é a mensagem que fica de minha mãe – vamos refletir sobre o que a gente tem e que pode ser dividido com o  próximo – um conhecimento, uma ideia, um ideal”, pediu Heloisa, em seu discurso de agradecimento.

O vice-governador, Flávio Arns, que compareceu à cerimônia representando o governador do Paraná, Beto Richa, também destacou as lições deixadas por sua tia Zilda. “Ela costumava dizer que desejava a todos vida em abundância. E o mais importante caminho de realização do ser humano se faz pelo trabalho. Nós sabemos que o ser humano é peça fundamental do processo industrial, que compõe o desenvolvimento do Estado.  Tudo está interligado. Vamos trabalhar juntos para que este ser humano se realize plenamente e para que o Estado e o país possam ser melhores. Fé em Deus e pé na tábua”, pediu Flavio Arns, relembrando um ditado utilizado por sua tia homenageada. “Temos que acreditar e trabalhar juntos. O que ela faria sem esse exército de voluntários pelo Brasil? O que seria de sua ideia original sem a união de esforços em torno de um objetivo maior? Juntos, podemos fazer milagres”, disse o vice-governador.

O prefeito Gustavo Fruet destacou a atuação da Fiep nos rumos de Curitiba, do Paraná e do Brasil. “É comum um curitibano poder contar sua história pessoal ou de sua família com a história da Federação das Indústrias como pano de fundo. Hoje, a Fiep é uma instituição de forte participação na agenda do Estado. E temos o orgulho de lembrar que Curitiba é a primeira capital do país a reservar uma cadeira em seu conselho urbano a uma federação da indústria”, contou Fruet. “Curitiba mudou de escala. Precisamos definir o modelo econômico e social que queremos, adotando o I de inovação, fazendo Curitiba reter seus talentos e referência para Paraná e o país”, disse o prefeito, fazendo uma referência à campanha institucional da Fiep, que utiliza a letra I para identificar suas causas.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, destacou a força da indústria paranaense no cenário nacional. “Num pós-guerra, quando a Fiep foi criada, até a década de 1960, o Estado que mais cresceu foi São Paulo. Mas, a partir de 70, o Paraná assumiu a liderança da taxa de crescimento industrial e foi o Estado que mais cresceu deste então”, lembrou o ministro, exaltando os setores metalmecânico, de automóveis e agroindustrial, presentes no Estado.

O presidente da Fiep, Edson Campagnolo, agradeceu à família de Zilda Arns e ao presidente da CNI Robson Braga de Andrade por terem aceito a homenagem Pinheiro de Ouro. Ele pediu que todos os presidentes de sindicatos e de entidades representantes de setores produtivos se levantassem para serem reconhecidos por seu trabalho. “O Robson foi escolhido porque ele nos representa. Ao homenageá-lo, queremos reconhecer a importância de cada um de vocês”, disse. “Zilda Arns sempre foi uma pessoa que quisemos homenagear. Esse prêmio, que não está restrito a personalidades do setor industrial, foi criado em agradecimento a esta mulher, que tocou a todos nós com sua mensagem de transformação”, contou o presidente.  Campagnolo foi aplaudido em pé quando pediu reformas para o país. “Somos todos trabalhadores. Mas quando nós, industriais, chegamos à Justiça do Trabalho, quase sempre é como culpados. No Brasil, as indústrias gastam US$ 110 milhões em litígios, por ano, enquanto os Estados Unidos gastam US$ 75 mil e o Japão, apenas US$ 2 mil.” Campagnolo apresentou uma série de reflexões sobre padrões vigentes no país. “Que tipo de Estado queremos? Os vereadores têm de ser remunerados? E os conselheiros do Tribunal de Contas precisam ter cargo vitalício?”, questionou o presidente. E apresentou o projeto Vote Bem, uma campanha realizada com a parceria da ONG Transparência Brasil e entidades representativas de classes, que vai monitorar e publicar o perfil de cada candidato do Paraná, que vai concorrer nestas eleições. “São mais de 1.060 pessoas no site. Prestem atenção naquelas informações. Não vamos mais perder as incríveis oportunidades que nosso país maravilhoso tem a oferecer”, pediu o presidente.

Também estiveram presentes os senadores Roberto Requião, Gleisi Hoffmann e Álvaro Dias, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Olavo Machado Junior, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) Glauco José Côrte, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) Antonio Carlos Silva, os ex-presidentes da Fiep, Mário De Mari e Ari Siqueira, além de outras autoridades.

Logomarca – A marca dos 70 anos da Fiep estará estampada em cartões telefônicos comemorativos da OI, em reconhecimento à contribuição do setor industrial para o crescimento sustentável da economia do Estado do Paraná.

por Denise Morin

Fonte: Agência FIEP