Evento realizado nesta quarta-feira (20), no Rio de Janeiro, reuniu 500 representantes empresariais, do governo, de universidades e organizações não governamentais para debater a gestão de resíduos sólidos no Brasil

Especialistas também defenderam o aperfeiçoamento da política de resíduos sólidos
Empresas de pequeno porte apresentaram boas práticas de gestão dos resíduos sólidos e de preservação ambiental na terceira edição do projeto CNI Sustentabilidade, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quarta-feira (20), no Rio de Janeiro. Com o tema Resíduos Sólidos: Inovações e Tendências, o evento reuniu mais de 500 participantes, entre representantes de indústrias, governo e sociedade civil para debater alternativas de implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, publicada em 2010.
Os casos de sucesso integram o Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi), realizado pela CNI em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com o objetivo de aumentar a competitividade de micros e pequenas empresas. Essas experiências, que estão relatadas na publicação Melhores Práticas em Ações Ambientais, têm em comum a possibilidade de serem adotadas em outros negócios país afora. Ao todo, são 14 casos de sucesso desenvolvidos por 300 empresas nos estados de Alagoas, Ceará, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe.
Na capital fluminense, por exemplo, 21 indústrias do setor gráfico foram capacitadas para receber o selo FSC (Forest Stewardship Council / Conselho Brasileiro de Manejo Florestal), o certificado de que o papel é produzido de forma ambientalmente sustentável, por meio do manejo florestal. Com o selo, as empresas atendem a uma exigências do mercado e ganham competitividade. “Por meio do Procompi, conseguimos a Certificação FSC, sobretudo, porque percebemos que algumas empresas de grande porte só compram com fornecedores que possuem esse selo”, disse o empresário Osmar Santos Filho, da Gráfica Onida.
RESULTADOS POSITIVOS – No Paraná, 37 empresários do setor de reparação de veículos foram capacitados a adotar técnicas de gestão que aliam o aumento na competitividade à preservação ambiental. O uso racional de produtos como óleos lubrificantes, líquidos de limpeza do radiador e estopas contaminadas, ajudou as empresas a diminuir, em média, 12% a geração de resíduos, em 9% no consumo de energia elétrica e em 7% os custos totais.
Outra experiência de sucesso vem do Ceará, onde indústrias de sorvete – setor que cresceu 150% na última década no estado – passaram a usar os insumos de forma mais racional. Empresários receberam capacitação e consultoria do Procompi para aumentar a produtividade e adotar medidas de redução do impacto ambiental no processo de produção. A partir das ações, conseguiram identificar usos potenciais para os resíduos antes descartados. O bagaço do coco usado para a produção de sorvetes passou a ser usado no fogo das caldeiras em que é fabricada a calda do sorvete. A água utilizada na produção, por sua vez, passou a ser reaproveitada para a limpeza da fábrica. O lixo é separado e reciclado.
COMPETITIVIDADE – Os projetos apresentados no CNI Sustentabilidade foram executados pelas federações estaduais de indústrias, em parceria com o Sebrae, e contam com a participação dos sindicatos empresariais. Nos 14 anos de existência, o Procompi beneficiou 7,4 mil empresas de 23 setores.
Por Diego Abreu, do Rio de Janeiro
Foto: José Paulo Lacerda
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