O vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, visitou o Porto de Paranaguá na última sexta-feira (31/10). Ele foi recebido pelo diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), Luiz Henrique Dividino, que apresentou as medidas tomadas para enfrentar as não conformidades acumuladas ao longo de décadas e que geraram uma indústria de ações trabalhistas. O dirigente do porto informou que a última lei que tratou da natureza jurídica da Appa é ainda de 1971.
Segundo Dividino, a desatualização trouxe diversos problemas, entre eles as inúmeras ações trabalhistas, uma vez que os funcionários da Appa, todos celetistas, estavam em desacordo com a lei que determinava que fossem estatutários. Além disso, as mudanças legais que retiraram os portos da operação fizeram com que centenas de trabalhadores ficassem em desvio de função; como resultado, em 20 anos foram 11 mil ações que oneraram os caixas da Appa em R$ 1,3 bilhão.
“Com a empresa pública, que já está vigente e operando, nosso objetivo é acabar com estes passivos e mudar esta realidade. Foram milhões gastos em ações que poderiam ter sido revertidas em investimentos para modernização da nossa estrutura”, afirmou Dividino.
O ministro salientou que o elevado número de ações trabalhistas ligadas à Appa é uma preocupação no TST. “Preocupava-nos muito saber como uma empresa, que hoje tem 700 trabalhadores, pôde gerar um passivo trabalhista tão grande e que ainda há, correndo na Justiça do Trabalho, 1800 ações”, disse.
Por outro lado, conhecer as peculiaridades de diferentes atividades de trabalho é essencial para o julgamento das ações trabalhistas, segundo o ministro. “No Tribunal Superior do Trabalho, pegamos os processos já na última fase de discussão. Recebemos papel ou processo eletrônico e precisamos conhecer a situação fática de operação nas varias áreas trabalhistas. Realmente a questão portuária é muito especializada, as condições são muito específicas e muitas vezes nós não conhecemos estas condições, nem conhecemos direito as terminologias”, acrescentou.
Na visita à APPA, onde também foi recebido pela diretora jurídica do Porto, Jacqueline Wendpap, o ministro esteve acompanhado do procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no Paraná, Gláucio Araújo de Oliveira, e integrantes da comunidade portuária. Antes de voltar a Brasília, o ministro Ives Gandra conheceu também o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), onde foi recebido pelo gerente de Gestão Ambiental/Institucional, Luiz Carlos Narok. Empregando 800 pessoas, o TCP é hoje o segundo maior terminal de contêineres do País, e nos últimos quatro anos passou de uma movimentação média de 30 contêineres para 85 contêineres por hora.
Fonte: Assessoria de Comunicação do TRT-PR

