ENAI 2014: Indústria deve estar no centro da estratégia de desenvolvimento do Brasil, diz presidente da CNI

Robson Braga de Andrade destaca, na abertura do ENAI, que setor produtivo precisa de ações concretas para voltar a crescer e investir. Ministro Mercadante se comprometeu a fazer a agenda da competitividade andar

"Reduzir os custos de produção, modernizar os marcos regulatórios e a infraestrutura, além de estimular os investimentos são prioridades a serem perseguidas, incansavelmente, pelo governo" - Robson Braga de Andrade

“Reduzir os custos de produção, modernizar os marcos regulatórios e a infraestrutura, além de estimular os investimentos são prioridades a serem perseguidas, incansavelmente, pelo governo” – Robson Braga de Andrade

O Brasil precisa promover reformas que favoreçam o aumento da competitividade das empresas e a recuperação do crescimento da economia. O alerta foi feito nesta quarta-feira (5), pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. “Precisamos de ações concretas. Só assim a confiança para investir será restaurada”, afirmou Andrade, na abertura do 9º Encontro Nacional da Indústria (ENAI), que reúne mais de 1.800 empresários no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Também participaram da abertura do evento os ministros Aloizio Mercadante, da Casa Civil, e Mauro Borges, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e o senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE).

“O setor produtivo necessita de sinais claros e firmes de que a política econômica se movimentará na direção de maior estabilidade, de melhoras institucionais, de maior competência educacional e tecnológica, e da criação de condições para que o Brasil fortaleça, de fato, a sua indústria”, disse Andrade. Segundo ele, a indústria deve estar no centro da estratégia de desenvolvimento do Brasil, porque o setor é a principal fonte dos avanços tecnológicos e da inovação, que estimulam o crescimento dos demais segmentos da economia. “Não existe país rico sem indústria forte. Sempre que o Produto Interno Bruto brasileiro cresceu num ritmo mais consistente, isso se deu por força da indústria”.

“Reduzir os custos de produção, modernizar os marcos regulatórios e a infraestrutura, estimular os investimentos são prioridades a serem perseguidas, incansavelmente, pelo governo”, completou Andrade. Para melhorar o ambiente de negócios, disse, é preciso simplificar o sistema tributário, modernizar as relações de trabalho e diminuir a burocracia. “Devemos continuar investindo em inovação e na educação de qualidade, com ênfase no ensino profissional.”

Andrade afirmou ainda que o país deve investir em infraestrutura e ampliar o programa de concessões de aeroportos, portos, ferrovias e rodovias. Além disso,  ele defendeu a adoção de uma nova política comercial, que passe pela abertura de mercados e pela assinatura de acordos comerciais com países ou blocos relevantes.

Aluizio Mercadante

“Na semana que vem, as propostas da CNI estarão sobre a mesa do governo. Vamos avaliar ponto a ponto e fazer a agenda da competitividade avançar” – Aloizio Mercadante

COMPROMISSO DO GOVERNO –  Diante dos empresários que participam do 9º ENAI, o ministro chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse que na próxima semana o governo começará a definir a agenda de mudanças para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Essa agenda, prometeu Mercadante,  terá como base os 42 estudos apresentados pela CNI durante a campanha eleitoral. “Na semana que vem, as propostas da CNI estarão sobre a mesa do governo. Vamos avaliar ponto a ponto e fazer a agenda da competitividade avançar”, destacou o ministro, acrescentando que o segundo mandato de Dilma Rousseff terá uma equipe diferente. “Será um novo governo.”

Mercadante atribuiu as dificuldades enfrentadas pela economia brasileira ao cenário externo adverso. Citou como exemplos a desaceleração da economia da China, a estagnação do Japão e o fraco desempenho dos países europeus. Acrescentou que o governo brasileiro tomou medidas para reduzir os impactos da crise sobre o Brasil, como a desoneração do setor automobilístico e da folha de pagamento. “Nossa opção foi pelo emprego”, argumentou.

Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, a indústria foi o setor mais afetado pela crise externa. “A indústria está em uma situação preocupante”, afirmou Mauro Borges, defendendo que o setor tenha prioridade na agenda do governo. Ele elogiou as medidas propostas pela CNI. “A agenda da CNI é convergente com a política industrial e tecnológica do governo.”

Entre as mudanças indispensáveis para  a recuperação da indústria, elencou Borges, estão os investimentos em infraestrutura,  a reforma tributária e a busca de acordos comerciais com parceiros importantes para o Brasil, como o tratado Mercosul-União Europeia, e o aperfeiçoamento das relações com os Estados Unidos e a China.

REFLEXÕES PARA O PAÍS – O Encontro Nacional da Indústria, que ocorre anualmente desde 2006, é a maior reunião de líderes empresariais e representantes de sindicatos e associações industriais de todo o país. No evento, empresários, representantes do governo, líderes políticos e acadêmicos refletem, debatem e propõem ações sobre os temas que têm impacto no desempenho da indústria e da economia brasileiras. O ENAI expõe a agenda do setor produtivo e fortalece o diálogo entre os empresários, o governo e os outros segmentos da sociedade.

PROPOSTAS DA INDÚSTRIAConfira o site com todos os estudos organizados pela CNI com as sugestões do setor para o próximo governo. Nele é possível fazer o download dos estudos em PDF ou dos infográficos que resumem as 42 propostas.

MULTIMÍDIA – O Portal da Indústria transmite a 9ª edição do ENAI ao vivo. Você também pode acompanhar a cobertura completa do evento nos perfis da CNI no Facebook e no Twitter, além de acessar as principais fotos no Flickr.

Por Verene Wolke
Fotos: José Paulo Lacerda
Do Portal da Indústria