Endocrinologista do Laboratório Frischmann Aisengart, é quem dá as orientações neste 20 de outubro, Dia Mundial da Osteoporose
A osteoporose é uma doença que se caracteriza pela baixa densidade óssea do esqueleto, resultante da perda gradual e contínua do cálcio armazenado nos ossos. A osteoporose é menos comum no homem do que na mulher e atinge principalmente pessoas idosas, mas pode acometer adultos, jovens e até crianças. A descalcificação óssea acontece naturalmente com o envelhecimento, fazendo com que os ossos percam sua rigidez normal e se tornem menos resistente a traumas, ficando mais vulnerável a fraturas, especialmente as do colo de fêmur, coluna vertebral e punho.
O Brasil tem cerca de 10 milhões de pessoas com a doença, que é caracterizada pelo enfraquecimento dos ossos e o aumento do risco de fraturas. E os levantamentos apontam que 20% dos brasileiros correm o risco de desenvolver a osteoporose nos próximos anos. Segundo a Organização Mundial de Saúde, um terço das mulheres brancas com mais de 65 anos são portadoras dessa doença. Nos Estados Unidos a osteoporose é responsável por mais de 1,5 milhão de fraturas por ano.
O dia 20 de outubro é o Dia Mundial da Osteoporose, e tem a intenção de trazer à tona uma reflexão sobre a doença, sua alta incidência e suas graves consequências. Segundo Myrna Campagnoli, endocrinologista do Laboratório Frischmann Aisengart, um dos principais problemas é o diagnósticos da osteoporose, já que ela é uma doença silenciosa, não apresentando sintomas até que aconteçam as fraturas ósseas.
“Como normalmente os pacientes só percebem que têm a doença quando acontece a primeira fratura, o diagnóstico precoce é raro. Por isso, é muito importante a avaliação médica regular, a atenção a fatores de risco e a realização da densitometria óssea que permite o diagnóstico e início de tratamento precoces”, alerta a médica.
A Dra. Myrna explica que a Densitometria Óssea avalia a densidade dos ossos, em especial a coluna, o quadril e os pulsos. É um exame com baixa exposição à radiação, que não provoca dor ou desconforto. Ele consegue identificar sinais precoces de osteoporose ou de enfraquecimento ósseo. A Fundação Americana de Osteoporose recomenda a realização da Densitometria Óssea de forma preventiva principalmente para mulheres acima de 65 anos, com menopausa precoce ou pós-menopausa, em uso de medicamentos corticoides, com diabetes tipo 1, doença hepática, renal ou de tireoide.
A médica diz que também é recomendada para a terceira idade a realização de avaliação clínica rotineira e de hemograma, provas de atividade inflamatória, eletroforese de proteínas, cálcio, fósforo, fosfatase alcalina e cálcio na urina de 24 horas. Esses exames possibilitam afastar as causas mais comuns de doenças que podem causar osteoporose como mieloma múltiplo, hiperparatiroidismo, osteomalácia, hipercalciúria, algumas anemias, doenças reumáticas e neoplasias. O cálcio na urina de 24 horas, além de informar sobre outras causas, possibilita avaliar o balanço de cálcio.
Para prevenir a doença, a Dra. Myrna dá as seguintes dicas. A primeira é a alimentação rica em cálcio. O recomendado é 800 mg/dia para adultos jovens e 1.500 mg/dia para idosos. O cálcio pode ser obtido de laticínios (leite desnatado, iogurtes e queijos magros), verduras verde-escuras como brócolos, couve, espinafre e escarola ou por suplementação medicamentosa prescrita pelo médico.
A segunda dica são os exercícios físicos, que ajudam a regular e fortalecer a musculatura. O exercício promove o fortalecimento muscular, além de melhorar o equilíbrio, os reflexos e a marcha, reduzindo os riscos de quedas no idoso em aproximadamente 25%. A terceira é a vitamina D, formada na pele pela ação dos raios solares ou obtida através dos alimentos (leite e seus derivados, óleo de fígado de bacalhau, peixes e camarões). A vitamina D é a responsável pela absorção do cálcio que ocorre no intestino. A orientação da Dra. Myrna é incluir 15 minutos de banho de sol (até as 10h da manhã e depois das 17h) na rotina diária.
Por fim, a endocrinologista lembra que a ingestão alimentar adequada de cálcio e a prática de atividade física devem ter início na infância, onde ocorrem a formação dos hábitos alimentares e a definição da massa óssea. “O organismo mantém constante uma taxa de cálcio e, quando a fonte externa é inadequada, o cálcio é extraído dos ossos para manter os níveis sanguíneos dentro dos valores normais. Por isso, temos que estar atentos desde pequenos”, finaliza.
Alimentos x Quantidade de Cálcio
Leite de vaca pasteurizado 1 copo (200 ml) = 246 mg de Cálcio;
Queijo prato 15 gramas (uma fatia fina) = 126 mg de Cálcio;
Iogurte 1 pote (200 mg) = 240 mg de Cálcio;
Espinafre 100 gramas = 79 mg de Cálcio;
Escarola 100 gramas = 81 mg de Cálcio;
Folhas de abóbora 100 gramas = 477 mg de Cálcio;
Sardinha 30 gramas (uma porção pequena) = 86 mg de Cálcio.
Fonte: Labfa
