Cadê meu abril?

Éricoh Morbiz

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Quando se lê algum desabafo de empresário, principalmente micro ou pequeno, sobre como é duro empreender neste Brasil, parece coisa decorada, repetitiva e até chororô.

Bem, vejamos:

Abril, quarto mês do ano, tem 30 dias, neste 2017, aconteceu dele ter 5 sábados e 5 domingos.

Teve a Páscoa. Vamos citar apenas a Sexta-feira Santa.

Tiradentes é feriado nacional. Uma sexta-feira.

E dia 28, último dia útil, uma sexta-feira, inventamos uma greve geral.  Nas ruas, quase nada, mas nas empresas ninguém apareceu.

Sem ônibus, bancos e funcionários públicos.

Sobraram 17 dias: de vendas,de  produção e de receita.

O aluguel é mensal.

O salário é mensal.

Os encargos sobre a folha de pagamento incidem sobre o total mensal.

Se houver empréstimo bancário, os juros são mensais.

Então, este empresário herói do Brasil pensa tudo em 30 dias, na coluna saída, débito, pagamentos.

E seu fluxo de caixa  mostra 17 dias no crédito, entrada.

Quem culpar? O calendário é milenar.

Previamente, excetuando a greve, todos sabíamos deste quadro.

Credores e devedores.

Quem é micro empresário ou próximo disso, sabe que 1 dia é fatal no fechamento das contas! Que dizer de 13? (Que número!)

Bom senso! Isto é que falta no contexto.

Não conheço micro ou pequeno banco. Menos dias com portas abertas e o rendimento dele será melhor.

O Governo, incompetente por natureza, duramente burocratizado, pouco muda se o seu mês tiver 30 ou 17 dias.

Afinal, para nossos Governos, fim de mês é o último dia útil. Se tiver greve ou outro impedimento, não é problema seu. Pague-se o devido senão haverá acréscimos.

Bom senso. Principalmente do lado credor. Adiar, parcelar, conversar e parceria nas saídas.

A começar pelos Governos, seguido dos bancos.

País sem micros e pequenos empresários não sobrevive. Nossa experiência de 500 anos tem revelado a saudável contribuição deles no desenvolvimento.

Infelizmente, caminhamos para a extinção deste segmento.

Mudamente. Silenciosamente.

Ainda bem que maio já veio. Com um dia a menos. O primeiro deles. Em parceria com a greve.

Bom senso? Deixa pra lá!

Éricoh Morbiz

 

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