País tem superávit comercial de US$ 2,246 bilhões em setembro, elevando para US$ 33,790 bilhões o saldo acumulado no ano e para US$ 50,086 bilhões o valor em 12 meses

A balança comercial brasileira registrou uma corrente de comércio (soma das exportações e importações) de US$ 300,968 bilhões de janeiro a setembro deste ano, segundo dados divulgados nesta terça-feira (1º/10), em Brasília, pela Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia (Secint/ME). Somente em setembro, o fluxo comercial do país atingiu US$ 35,233 bilhões, enquanto em 12 meses esse valor chega a US$ 409,034 bilhões.

Confira os dados completos da balança comercial
Análise
O subsecretário de Inteligência e Estatística de Comércio Exterior da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) da Secint, Herlon Brandão, explica que um dos fatores que motivou a queda das exportações é a base da comparação, pois no segundo semestre do ano passado os números foram mais altos do que a média dos anos anteriores.
Além disso, o Brasil sente os impactos da economia internacional menos aquecida, em grande parte devido à guerra comercial entre Estados Unidos e China, o que faz com que os preços dos produtos diminuam.
Ele cita também a queda na demanda por soja, devido a uma menor produção de proteína animal no mundo. “A China, por exemplo, enfrenta um problema sanitário. Há um menor rebanho suíno e isso faz com que ela demande menos soja. Isso afeta o volume, porque é o maior mercado brasileiro, e afeta os preços do produto”, comentou.
Há também uma redução nos volumes de minério de ferro exportados, desde o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), mas o aumento dos preços no mercado internacional, nesse caso, compensa a queda da quantidade.
Outro impacto vem da menor demanda da Argentina, devido à crise econômica do país vizinho. Essa situação reduz a demanda de bens, principalmente de automóveis, do Brasil.
Previsões
A Secex divulgou nesta terça-feira (1º/10), também, a terceira e última revisão das projeções da balança comercial para 2019. A nova previsão é de redução no cenário das exportações neste ano, para US$ 222 bilhões, um recuo de 7,1% em relação a 2018 – a estimativa em julho era de queda de 2% (US$ 234,5 bilhões).
Nas importações, a estimativa da Secex é de que o país registre US$ 180,4 bilhões em compras neste ano, uma redução de 0,4% na comparação com o ano passado. A previsão de julho era de US$ 177,7 bilhões em importações até o final do ano.
A previsão é de que o superávit fique em US$ 41,8 bilhões, uma queda de 28% em relação aos US$ 58 bilhões de 2018. Em julho, os cálculos apontavam para um superávit de US$ 56,7 bilhões, o que representaria uma redução de 2,3% sobre 2018.
O subsecretário de Inteligência e Estatística de Comércio Exterior da Secex, Herlon Brandão, disse que o cenário aponta para redução nas exportações, devido ao recuo do volume de comércio mundial, que deve ter crescimento menor neste ano, segundo previsões divulgadas nesta terça-feira pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
“Dado que os preços internacionais dos produtos estão caindo, é muito provável que o comércio mundial se retraia também este ano”, acrescenta Brandão. “Então, o Brasil está nesse cenário de retração do comércio mundial, por conta de uma menor atividade econômica mundial.” Um dos principais motivos para a retração, segundo ele, é a guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Balança comercial brasileira – principais números
Balança do mês – Setembro de 2019
- As exportações brasileiras alcançaram cifra de US$ 18,740 bilhões, retração de 11,6% em relação a setembro de 2018, e crescimento de 4,7%, pela média diária, em relação a agosto de 2019.
- Já as importações totalizaram US$ 16,494 bilhões, um aumento de 5,7% sobre igual período do ano anterior, e crescimento de 11,0% sobre agosto de 2019.
- Com isso, o superávit comercial no período foi de US$ 2,246 bilhões, uma retração de 59,9%, pela média diária, sobre igual período do ano anterior.
Acumulado do ano (janeiro a setembro de 2019)
- O saldo comercial de US$ 33,790 bilhões foi 19,5% inferior, pela média diária, ao alcançado em igual período de 2018, US$ 41,737 bilhões.
- As exportações apresentaram valor de US$ 167,379 bilhões – queda de 6%, pela média diária, sobre 2018.
- As importações somaram US$ 133,589 bilhões, queda de 1,8%, pela média diária, sobre o mesmo período do ano anterior, de US$ 135,346 bilhões.
- Já a corrente de comércio de US$ 300,968 bilhões representou uma queda de 4,2% sobre o mesmo período anterior, quando totalizou US$ 312,428 bilhões.
Acumulado em 12 meses
- As exportações somaram US$ 229,560 bilhões, uma redução de 1,1% sobre o período de outubro de 2017 a setembro de 2018, quando as exportações atingiram US$ 230,233 bilhões.
- As importações totalizaram US$ 179,474 bilhões, crescimento de 1,9% sobre o mesmo período anterior, de US$ 174,764 bilhões, pela média diária.
- O saldo comercial (US$ 50,086 bilhões) é 10,4% inferior ao alcançado em equivalente período anterior (US$ 55,468 bilhões), pela média diária.
- A corrente de comércio cresceu 0,2%, de US$ 404,997 bilhões para US$ 409,034 bilhões.
Fonte: Ministério da Economia