Ciclo do Pneu é exemplo perfeito da economia circular

Reforma é essencial no ciclo e pode contribuir ainda mais com seus resíduos para economia circular

Ao vermos imagens da quantidade de lixo que é gerada diariamente, do fim de muitos recursos naturais, de mudanças climáticas graves causando acidentes de enormes proporções, como os que acompanhamos recentemente no litoral de São Paulo, fica evidente que modelo econômico linear nos levará certamente a um ponto sem retorno.
Claro que este modelo nos ajudou a criar nossa civilização, por meio da Revolução Industrial, mas a verdade é que ele não vai promover o futuro sustentável que desejamos para nossos netos.

ECONOMIA LINEAR

Por isso, precisamos nos engalar imediatamente na transição circular. A economia circular é o futuro. Um modelo que se baseia na minimização da extração de matérias-primas e na substituição por recursos renováveis até pouco tempo não acessíveis, bloqueados e esquecidos, de grandepotencial disponível em nossos resíduos. Combinado como uso de energia renovável, emissões reduzidas e maior eficiência da indústria, uma economia circular oferece nossa melhor chance de viverem respeito aos limites da capacidade da Terra e sua capacidade de regeneração.

A ECONOMIA CIRCULAR

A economia circular é uma nova maneira de fazer negócios, que se afasta do modelo atual de “pegar, usar e descartar” que, além de representar riscos ambientais severos, será insustentável em longo prazo.
Como ponto de partida, a economia circular reconhece o fato de que nossa economia está inserida nos limites finitos de nosso planeta. Portanto, em vez de permitir um fluxo infinito de exploração de recursos, devemos tentar redesenhar processos, ressignificar produtos e resíduos, além de aproveitar ao máximo o que já está em circulação, ou seja, fechar o ciclo –usar tanto quanto possível o que a economia produz para minimizar a geração de resíduos (incluindo emissões e energia) que retorna ao meio
ambiente e reutilizá-los com insumo para manutenção do ciclo produtivo.
Isso pode envolver não apenas reduzir o desperdício, mas também – e mais importante – estimular a produção de bens de uma maneira que permita uma vida útil mais longa e com um reaproveitamento genuíno do produto.
Em outras palavras, a ideia da economia circular é afastar–se de um modelo linear de economia, “pegue, faça, descarte”, para um sistema mais restaurativo e regenerativo, projetado para minimizar o desperdício no processo contínuo de manutenção, reparo,
reutilização e reciclagem.

A reforma de pneus no contexto da economia circular

Dizer que a reforma de pneus está totalmente inserida nessa realidade da sustentabilidade é “chover no molhado”. Afinal, o processo dá em média duas novas vidas a um produto que seria descartado precocemente, diminuindo consideravelmente o uso de recursos naturais.
E, mesmo depois de findadas as possibilidades de reforma o pneu inservível é totalmente recuperado, por meio da Reciclanip, entidade que congrega todas as empresas fabricantes de pneus no País.
Presidente da ABRERPI, Associação Brasileira de Empresas de Reciclagem de Pneus Inservíveis, Joel Custódio, nos conta que a entidade, apesar de ter apenas seis anos de existência, já nasceu grande por ter a visão da importância da união do mercado de reciclagem em âmbito nacional.
“O pneu inservível é um resíduo, mas não é lixo. Tem muita tecnologia para desenvolvimento e fabricação de um pneu. Imagine o peso, a pressão, a rotação e as diferentes temperaturas que os pneus resistem… Em sua composição química, há inúmeros polímeros que podem ser reutilizados em várias aplicações, sobretudo no Brasil, onde polímeros são importados.
Reutilizando um produto nacional oriundo da reciclagem de pneus, manteremos divisas em nosso país e conseguiremos um ganho ambiental imensurável’, comenta.

Se há alguns anos, quando falávamos em sustentabilidade, tratávamos o tema como uma tendência, hoje, ele é uma necessidade. Afinal, em mundo globalizado com um crescimento populacional galopante, só ações práticas que visam à proteção do meio ambiente, juntamente com a viabilidade financeira, tornarão o nosso planeta viável em um futuro não tão distante.
E é isso que propõem empresas como a CBL, que, além de realizar todo o processo de reciclagem dos pneus inservíveis, está atuando também na valorização do pó de raspa da reforma.
No caso de pneus inservíveis, a CBL realiza todos os processos para a reciclagem desse resíduo pós-consumo. Desde a coleta, com a disponibilização de caçambas, porta a porta e pontos para descarte responsável, passando pela trituração, a fim de recuperar o aço dos pneus, e produção de chip para ser usado comocombustível alternativo em fornos de clínquer, até a valorização, produzindo granulado e pó de borracha, transformando resíduo em insumo para indústria (como fabricação de asfalto borracha, quadras esportivas, grama sintética, etc). E mais, atingindo a certificação, obtendo a documentação completa em concordância com a legislação e exigências de órgãos ambientais, conforme RESOLUÇÃO CONAMA 416/99.
Mas, além do processo do pneu inservível, a CBL, por meio da Pneus Sapuri, bem como outras empresas do setor, está atuando na valorização da raspa do processo de reforma de pneus, com a compra das raspas e lascas oriundas da recapagem.

A empresa realiza a fabricação de pó de borracha de diferentes granulometrias, submetendo-o ao processo de regeneração com óleo não aromático e o refino, permitindo excelente acabamento, até tornar o resíduo novamente matéria-prima de qualidade e menor custo para indústria de artefatos de borracha, inclusive banda de rodagem e pneus.

Segundo Renata Murad, assessora especial da CBL, o setor de reforma de pneus tem tudo para liderar a transição circular e se posicionar ainda mais como um setor de vanguarda no tema da sustentabilidade.
“O Setor de reforma é, de um lado, fornecedor de resíduos, com seus recursos não aproveitados, como as raspas e lascas; e, do outro lado, comprador dos produtos derivados desse processo de industrialização, como as próprias bandas de rodagem. Assim, o setor tem um potencial enorme de liderar a economia circular em circuito fechado, gerando uma oportunidade ímpar de crescimento estruturado para o segmento”, analisa.

Para Murad, o que ainda falta é um maior entendimento por parte dos empresários do segmento a respeito da necessidade de se destinar o produto para empresas certificadas e licenciadas e não só para aquelas que apenas pagam e usam a raspa emprocessos não formais: “Se o processo de venda desse resíduo for feito com seriedade e formalidade, e por preços justos, o reformador se beneficiará, quando o resíduo retornar a ele como produto, e ainda com custos também mais acessíveis. Isso sem contar as inúmeras oportunidades tributárias que um processo circular desse nível nos permitiria”, prevê.

Cada vez mais voltado para se tornar um setor verde e sustentável, é essencial que todo o processo de destinação de resíduos seja também analisado pelo segmento de reforma, a fim de que, cada vez mais, o setor tenha condições e força para pleitos maiores em termos de legislação e tributário.

Fonte: Pnews Digital/ABR – Sindbor

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