
O relatório de inflação apresenta as diretrizes das políticas adotadas pelo Copom, considerações acerca da evolução recente do cenário econômico e projeções para a inflação. As projeções são apresentadas em cenários com condicionantes para algumas variáveis econômicas. O Copom utiliza um conjunto amplo de modelos e cenários para orientar suas decisões de política monetária. Ao expor alguns desses cenários, o Copom procura dar maior transparência às decisões de política monetária, contribuindo para sua eficácia no controle da inflação, que é seu objetivo precípuo.
Economia Internacional
O otimismo sobre a velocidade do processo desinflacionário global diminuiu e o momento esperado para o início da redução dos juros nas principais economias avançadas foi postergado
- A atividade global e os mercados de trabalho continuam demonstrando resiliência, mesmo diante da continuidade da postura restritiva da política monetária.
- Com isso, permanece o risco de que a inflação, em especial os núcleos, permaneçam elevados por mais tempo.
- Os bancos centrais seguem destacando a necessidade de manter os juros elevados até terem confiança de que a inflação irá para as metas
Atividade Econômica
Dinamismo do mercado do trabalho e revisão para cima da projeção de crescimento em 2024
- A economia brasileira cresceu 2,9% em 2023, bem acima do que se esperava no início do ano passado. O crescimento do PIB foi robusto no primeiro semestre, com importante contribuição do setor agropecuário. Mas no segundo semestre a economia desacelerou, como esperado.
- O mercado de trabalho mostra dinamismo maior que o esperado. O desemprego voltou a recuar enquanto os salários cresceram em ritmo mais elevado.
- O crédito desacelerou em 2023, mas dados recentes mostram sinais de melhora. No segundo semestre os juros recuaram, as concessões aumentaram, e a inadimplência recuou.
- A projeção de crescimento da economia brasileira em 2024 foi revisada de 1,7% para 1,9%. Projeta-se moderação do consumo das famílias e retomada dos investimentos.
Preços
Alta da inflação e dos seus núcleos nos últimos meses
- A inflação acumulada em 12 meses recuou de 4,7% em novembro para 4,5% em fevereiro.
- Contudo, houve aumento da inflação trimestral e dos seus núcleos para patamares acima da meta de inflação.
- As expectativas de inflação futura dos analistas econômicos continuam acima da meta de 3%, inclusive para os anos mais distantes.
Projeções de inflação e riscos
As projeções seguem mostrando queda da inflação, embora permaneçam acima da meta
- As projeções de inflação para 2024 e 2025 ficaram estáveis em 3,5% e 3,2%, respectivamente.
- Maior inflação no resto do mundo e inflação de serviços mais alta do que o esperado poderiam dificultar o controle da inflação.
- Por outro lado, redução do crescimento econômico global e maior redução da inflação no mundo em virtude de políticas monetárias restritivas poderiam ajudar a reduzir a inflação no Brasil.
- Firme compromisso com as metas fiscais é fundamental para que as expectativas de inflação de prazos mais longos convirjam para a meta e assim auxiliem o processo de desinflação.
Condução de política monetária
A taxa de juros foi reduzida em 1 ponto percentual desde o Relatório anterior, caindo para 10,75%
- Em cenário de aumento de incerteza e, consequentemente, de necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, espera-se redução na taxa Selic de 0,50 ponto percentual na próxima reunião.
- Essa é a condução considerada apropriada para manter a política monetária contracionista necessária para o processo de queda da inflação.
- A conjuntura atual demanda serenidade e moderação na condução da política monetária.
- O controle da inflação é muito importante para o país crescer com geração de empregos e para garantir o poder de compra dos brasileiros.

Fonte: Banco Central