Renovação da concessão da Malha Sul abre janela de oportunidades a ferrovias

Ampliar a capacidade de transporte e aumentar a eficiência desse modal é importante para acompanhar crescimento do setor produtivo paranaense

Hoje, somente 18% das cagas recebidas pelo Porto de Paranaguá chegam via férrea (Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná)

O Paraná vive um momento decisivo para definir projetos que ampliem e aumentem a eficiência de sua malha ferroviária, fator considerado fundamental para acompanhar o constante crescimento do setor produtivo do Estado. Esse é o entendimento do Conselho Temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), que, recentemente, debateu o panorama atual do transporte ferroviário paranaense. Para a FIEP e representantes de usuários das ferrovias que participaram do encontro, parte da solução dos problemas atuais passa por investimentos e melhorias no modelo de concessão da chamada Malha Sul – que liga principalmente as regiões Norte e Noroeste do Estado ao Porto de Paranaguá –, cujo contrato se encerra em 2027.

Trata-se de uma “janela de oportunidade” para discutir o tema. Então, é importante ao governo e aos setores produtivos ouvir e estar próximo ao usuário para entender quais são as dificuldades que ele tem e os grandes gargalos que existem hoje nesse modal. A visão da FIEP é de que uma possível nova concessão ou renovação da Malha Sul permitirá parâmetros para sentar com os diferentes atores e colocar a posição do usuário quanto ao tema ferrovia.

Escoamento da produção
“O transporte ferroviário é importante principalmente para o interior do Estado, onde está concentrada a maior parte da indústria alimentícia paranaense”, afirma o presidente do Sistema FIEP, Edson Vasconcelos. “A ferrovia passa na capital, mas ela serve muito para quem está no interior. E o setor de alimentos hoje, que já é 40% da indústria do Estado, é o que mais usa”, acrescenta.

Atualmente, somente 18% das cagas recebidas pelo Porto de Paranaguá chegam via férrea, enquanto existem portos de outras regiões com uma taxa ferroviária já muito mais adequada. São Francisco do Sul (SC), por exemplo, alcança índices de até 50%. E é a ferrovia que dá constância e sazonalidade adequada para o transporte de cargas, principalmente quando comparada ao rodoviário, por isso a necessidade de fortalecer os escoamentos de exportação por esse modal.

Pensando no futuro
Para a FIEP, além de buscar soluções para gargalos do presente, o debate em torno do fim do período de concessão da Malha Sul é fundamental para aprimorar o sistema ferroviário do Estado. São contratos que perduram por muito tempo, então tudo há que ser posto na mesa agora e discutido neste momento, olhando os três lados: da agência reguladora, do concessionário e, principalmente, do usuário.

Além disso, os investimentos nas ferrovias devem acompanhar novos projetos que estão sendo feitos no Porto Paranaguá para receber com mais eficiência as cargas, como é o caso do chamado Moegão. Hoje, olhando pelo Corredor de Exportação, existem limitações de terminais para fazer as descargas ferroviárias. Com o projeto do Moegão, a partir do momento em que ele entra em operação, esse gargalo diminui no porto é transferido de lugar, e aí o próximo gargalo passa a ser a ferrovia.

Intermodalidade
Investir na integração entre os diferentes modais de transporte também é fundamental para aprimorar a infraestrutura do Estado. Todos os anos, um “tsunami” de soja e milho que tem que ser exportado, principalmente para o hemisfério norte, além de inúmeros outros produtos agroindustriais, o que representa um grande desafio logístico. E a intermodalidade, utilizando-se os diferentes modais e integrando-os de maneira eficiente, precisa ser planejada de maneira séria para dar conta dessa demanda. isso permitirá ao produtor e à agroindústria paranaense escoar sua produção pelo caminho mais econômico e mais racional de acordo com suas necessidades.

Fonte: Agência FIEP

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