
Serão mais de R$ 250 milhões, sendo R$ 182,8 milhões para projetos estruturantes, em que empresas desenvolvem, em parceria, tecnologias avançadas com foco em sustentabilidade e descarbonização
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e a Fundação de Apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (Fundep) divulgam, nesta quarta-feira (24), novos recursos para o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), antigo Rota 2030.
Serão mais de R$ 250 milhões, sendo R$ 182,8 milhões para a chamada de Projetos Estruturantes, modalidade mais complexa que envolve empresas do setor automotivo, Institutos SENAI de Inovação, universidades e outras Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs). Em colaboração, eles vão desenvolver novas tecnologias e processos que têm o potencial de mudar o patamar tecnológico e produtivo da cadeia automotiva brasileira.
O evento será na Confederação Nacional da Indústria (CNI) às 11h, com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; do presidente da CNI, Ricardo Alban; do presidente da Fundep, Jaime Arturo Ramirez; e representantes da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) e da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Meio bilhão investido em inovação
Como coordenador do Programa Prioritário Alavancagem de Alianças para o Setor Automotivo, o SENAI tem impulsionado a produtividade e a inovação da cadeia como um todo. Desde 2019, já foram captados cerca de R$ 510 milhões por meio do programa federal Rota 2030, atual Mover.
Apesar de algumas mudanças nas regras, o mecanismo é o mesmo: o governo concede incentivos fiscais às empresas que cumprem os requisitos, incluindo investimento em pesquisa e desenvolvimento, e o recurso que iria para o imposto é destinado aos programas prioritários das organizações credenciadas pelo MDIC, como SENAI e Fundep.
O SENAI NA DIREÇÃO ROTA 2030/MOVER
O SENAI coordena o programa Alavancagem de alianças para o setor automotivo, primeiro pelo Rota 2030 e agora pelo Mover, estratégia atual de desenvolvimento para a indústria automotiva.
Desde 2019, o SENAI captou cerca de R$ 510 milhões para investir em três frentes:
PD&I: mais de R$ 200 milhões investidos em 90 projetos, executados por Institutos SENAI de Inovação em parceria com 194 empresas do setor
Hands-on: R$ 92,2 milhões para mais de 800 consultorias em produtividade e digitalização (concluídas e em atendimento), com aumento médio de produtividade de 39,71%
Master Business Innovation (MBI): R$ 12 milhões investidos na formação de mais de 250 alunos de 73 empresas, divididos em 6 turmas (5 Automotiva 4.0 e 1 Mobilidade Elétrica e Energias Renováveis)
Na frente de PD&I, 3 projetos estruturantes estão em desenvolvimento para dar autonomia tecnológica e colocar o Brasil na vanguarda da indústria de baterias e da economia circular
A meta
Ter uma bateria de lítio 100% nacional (do insumo ao uso final) e dar circularidade à cadeia de autopeças em 3 anos
OS PROJETOS – Células nacionais para baterias de íons-lítio
Quem está nessa
Instituto SENAI de Inovação em Eletroquímica (PR), Unidade Embrapii CPQD (SP) + 27 empresas – sendo 3 startups
O que o projeto busca?
Domínio tecnológico e lotes pioneiros de células de íons-lítio nas geometrias cilíndrica e prismática; prova de conceito para produção de células escalonáveis e recursos humanos com conhecimento em ambiente pré-industrial
Setores envolvidos
Mineração, metalurgia, química, automotivo e agro
Recursos
R$ 60 milhões: R$ 45 mi financiados pelo Programa Prioritário do SENAI e R$ 15 mi pelo Programa Prioritário da Embrapii
Protótipo de bateria de lítio
Quem está nessa
Instituto SENAI de Inovação em TIC (PE), Unidade Embrapii de Software e Automação da Universidade Federal de Campina Grande (PB) + 8 empresas – sendo 2 startups
O que o projeto busca?
Desenvolver um protótipo e entregar 140 baterias de íon-lítio de baixa tensão (12V/48V), homologadas e certificadas para automóveis leves híbridos (HEV) e HEV flex; automatizar a linha de produção de baterias de lítio para operação híbrida; desenvolver plataforma com IA para monitorar e gerenciar as bateriais; qualificar profissionais em baterias de lítio e eletrônica para Battery Management System (BMS)
Setores envolvidos
Automotivo e TIC
Recursos
R$ 36 milhões – R$ 27 mi financiados pelo Programa Prioritário do SENAI e R$ 9 mi pelo Programa Prioritário da Embrapii
Economia circular de autopeças
Quem está nessa
Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras (RJ), Unidade Embrapii Instituto Nacional de Tecnologia (RJ) + 7 empresas, sendo 2 startups
O que o projeto busca?
Promover reciclagem e reuso de autopeças plásticas e têxteis na cadeia automotiva, promovendo estudos regulatórios, novos métodos de separação de polímeros, protótipos de autopeças com materiais reciclados, propostas de novas rotas para reciclagem e desenvolvimento de plataforma de gestão de resíduos.
Setores envolvidos
Automotivo, embalagens e biotecnologia
Recursos
R$ 14,9 milhões – R$ 11,2 mi financiados pelo Programa Prioritário do SENAI e R$ 3,7 mi pelo Programa Prioritário da Embrapii
Direção-geral: Ariadne Sakkis
Fonte: Agência de Notícias da Indústria