Michelle e as novas surdas

Reprodução
Michelle Bolsonaro entra para história ao discursar em libras na posse do marido

Michelle roubou a cena. Já passou para a história. Falou antes do marido, taxado de machista. Dirigiu-se a uma pequena e esquecida minoria, a dos surdos, que, segundo consta, não ultrapassam um milhão de brasileiros.

Mas, ao que parece, seu número aumentou consideravelmente após a performance de Michelle. Entre os novos deficientes auditivos, estão as ditas feministas.

Seu eloquente silêncio transmite a impressão de que não admitem que outra mulher, originária da humilde periferia de Brasília, tenha estudado, batalhado, trabalhado e crescido… E – como pode? – sem precisar, apelativamente, mostrar a bunda por aí. Seria inveja? Pode ser. Mas, sabemos, é muito mais do que isso…

O tal do empoderamento (eta palavrinha feia que alguém inventou!) feminino dispensa (ou deveria dispensar) apelação, arrogância e falta de educação, típicas das tais feministas.

Michelle revelou-se realmente poderosa, preparada para ser mais do que uma simples primeira-dama. Em menos de dez minutos de protagonismo, ela fez mais pelas minorias do que a ex-primeira-dama Marisa Letícia nos longos oito anos em que morou no Palácio da Alvorada.

E não venham me dizer que tratou-se apenas de um “mise em scène” de Michelle. Foi a continuação de um trabalho, o da inclusão de surdos-mudos, que, até então, ela vinha realizando anonimamente, mas que agora está sob os holofotes.

Como ela, há milhões de brasileiras competentes e preparadas para ocupar postos e cargos importantes. Ainda bem que Dilma Roussef foi uma exceção, daquelas que servem apenas para confirmar as regras. E a “regra é clara”: as mulheres são, sim, poderosas. E se tiverem classe e elegância, tornam-se poderosíssimas. Michelle Bolsonaro está aí para provar.

*Hamilton Bonat

*Hamilton Bonat é membro efetivo da Academia de Letras José de Alencar

Deixe um comentário