Governo discute sanidade animal no Show Rural

Secretário da Agricultura apresentou os passos dados pelo Estado nos últimos anos para a conquista de novos mercados mundiais. Ele também fez histórico dos avanços do Paraná nesta área, nos últimos anos.

Secretário da Agricultura apresentou os passos dados pelo Estado nos últimos anos para a conquista de novos mercados mundiais. Ele também fez histórico dos avanços do Paraná nesta área, nos últimos anos. Foto: Evandro Fadel/SEAB
Secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara

O governo do Estado, por meio do Sistema Estadual de Agricultura, participou nesta segunda-feira (03) do Fórum de Sanidade, promovido pela Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), no primeiro dia do Show Rural, em Cascavel. O evento reúne 650 expositores e deve ter a presença de aproximadamente 250 mil visitantes até sexta-feira.

“A sanidade é requisito fundamental para estar presente no mercado mundial”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, a um auditório com aproximadamente 300 pessoas. “Se tem qualidades, se tem virtudes, se não tem problemas de sanidade, mostre isso de forma eficaz”, apelou.

Segundo ele, o primeiro interessado em ter uma boa sanidade tem de ser o produtor e, depois, a indústria que faz a transformação. “Se esses dois não estiverem interessados não tem sentido, o governo não pode impor na marra”, afirmou. O secretário destacou que o Estado é uma entidade de auxílio. “Ele está ali para ajudar, para penalizar quem não faz bem-feito e para enaltecer quem o faz, para que as coisas andem.”

EVOLUÇÃO – Durante a exposição, Ortigara fez um histórico dos esforços feitos há décadas para que o Estado possa, em 27 de maio de 2021, ser declarado pela Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE) como livre de febre aftosa sem vacinação e ter reconhecida a separação territorial em relação à peste suína clássica, constituindo um bloco à parte entre os Estados brasileiros.

“Estamos evoluindo bem, nos últimos anos a pegada foi mais consistente e estamos subindo a régua paranaense para atender os mercados mais exigentes do mundo”, disse. “Dois terços do mercado mundial de carne suína não estava aberto ao Paraná porque a gente ainda vacinava os bois e búfalos contra aftosa até novembro. Não estávamos disputando mercados importantes como Japão, Coreia e outros.”

Ortigara ressaltou, no entanto, a necessidade de se ter competência. “A retirada da vacina abre o caminho, abre o mercado e facilita o jogo mundial, mas quem vende é a competência comercial, a boa qualidade e o bom preço”, afirmou.

AVANÇOS – No mesmo evento, o ex-secretário da Agricultura de Santa Catarina, único estado com reconhecimento de livre de febre aftosa sem vacinação, Airton Spies, reforçou o trabalho fundamental da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) para manter a conquista e conclamou os dois Estados para dar exemplo ao mundo desenvolvido no que se refere à sanidade.

“A segurança sanitária é um patrimônio inegociável”, salientou. No que foi seguido pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken. “A sanidade talvez seja o assunto mais importante do momento”, disse.

Entre os avanços do Paraná no que se refere à sanidade, Ortigara destacou a criação da Adapar e a constituição do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Paraná (Fundepec), que hoje tem cerca de R$ 78 milhões e se destina à indenização no caso de necessidade de sacrifício de animais. Ele também destacou o trabalho de vigilância ativa e passiva feita pelos técnicos e a constituição de um cadastro do rebanho, que todo produtor tem obrigação de atualizar duas vezes por ano.

Dessa forma, o Estado tem condições de monitorar toda a movimentação de animais no território paranaense, com condições de ação imediata caso haja qualquer suspeita. Além disso, foram construímos marcos de barreiras sanitárias em todo o Estado com vistas à monitoração do trânsito. E há previsão de concurso para mais 30 médicos veterinários e 50 técnicos agropecuários. “É um conjunto grande de atitudes”, disse o secretário.

Ele ressaltou, ainda, que o trabalho de vigilância não se restringe à pecuária, mas estende-se ao setor vegetal. Atualmente, há trabalhos consistentes realizados em relação ao controle da ferrugem da soja e doenças que atingem o milho, trigo, olericultura e fruticultura, entre outros produtos. Além do controle da qualidade de fertilizantes, certificado de qualidade das mudas e cuidados com o solo. “Estamos felizes com os avanços, mas precisamos manter a vigilância”, convocou.

Fonte: Secretaria da Agricultura do Paraná

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